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29 de abr. de 2020
Livros que deveriam ser adotados em escolas
Não sei vocês, mas não foi a escola que me formou como leitora. E isso deveria ser estranho, mas é mais comum do que pensamos. Por diversos fatores, incluindo grade escolar e referências de professores, os alunos acabam tendo contato com poucos livros ao longo de sua formação acadêmica básica e, mais do que isso, quando existe algum contato com livros, geralmente é com aqueles títulos que não agradam tanto o aluno. Mas isso é assunto para um próximo dia.
Depois de muito refletir sobre o assunto, decidi compartilhar a primeira parte de uma lista enorme de livros que eu adoraria que fossem adotados em escolas, seja pelo seu conteúdo, seja pela abordagem do autor, seja pela forma como o livro pode ser trabalhado. Uma forma mais didática, humana e empática de inserir a literatura, desde cedo, para formar novos leitores. Abaixo, listei os cinco livros com suas sinopses. Clique no título de cada título para conferir sua resenha aqui no blog e, para entender melhor o motivo pelo qual eu indiquei esses livros, assista ao vídeo abaixo.
O DIÁRIO DE NISHA
Nisha não é de falar muito. Quietinha e reservada, prefere observar as pessoas ao seu redor e anotar os detalhes do cotidiano em seu diário, onde pode ser ela mesma. E ser ela mesma não é nada fácil no epicentro da Partição da Índia, que, após séculos de tensão religiosa, atinge seu ápice criando dois estados independentes do governo britânico: a Índia (maioria hindu) e o Paquistão (maioria muçulmana).
Parte hindu e parte muçulmana, Nisha não sabe muito bem a qual lugar pertence, e não entende os desdobramentos políticos deste momento tão crucial da história. Por que hindus e muçulmanos estão brigando tanto entre si? Por que milhares de pessoas precisam abandonar seus lares? E por que tantas acabam morrendo ao atravessar as fronteiras?
Com as tensões criadas pela separação, o pai de Nisha decide que é perigoso demais para eles permanecerem no lugar que, agora, se tornou o Paquistão. É neste cenário turbulento que Nisha e sua família — o irmão Amil, a avó e o pai — embarcam no primeiro trem, rumo a um novo lar.
A DarkSide® Books apresenta O Diário de Nisha, novo lançamento da linha DarkLove que vai arrebatar seu coração com a árdua e arriscada jornada de uma esperançosa menina em busca de um lar. Endereçando cada relato do diário para a finada mãe, ela registra sua vida com ricos detalhes ao longo do ano de 1947 — os momentos bons em que prepara pratos deliciosos com Kazi, cozinheiro da família, e os ruins em que o mundo se mostra cruel e nada mais parece fazer sentido.
Com ternura e esmero, Veera Hiranandani transmite os conflitos internos de Nisha e retrata a dura realidade provocada pela Partição, que movimentou mais de catorze milhões de pessoas pelas fronteiras e matou pelo menos um milhão durante a travessia. O impressionante recorte histórico é inspirado na trajetória de sua própria família, que precisou atravessar a fronteira de Mirpur Khas para Jodhpur exatamente como a pequena Nisha faz neste livro. Seus pais e avós tiveram de recomeçar em um lugar estranho como uma família de refugiados — história que, tantos anos depois, tristemente ressoa com a realidade de muitas famílias que sofrem com a Guerra da Síria.
NÓS
“Nesta belíssima antologia ilustrada, o leitor vai conhecer dez histórias contadas ou recontadas por escritores de diferentes nações indígenas.
A menina Yacy-May era tão especial que fez com que o sol se apaixonasse por ela, deixando a lua enciumada. O peixe-boi surgiu a partir da união de Guaporé, filho do grande chefe dos peixes, com Panãby’piã, filha do governante dos Maraguá, e sinalizou a paz entre os humanos e os peixes. A velha misteriosa Pelenosamo tem um dia a casa invadida por uma garota curiosa, que resolve investigar o que ela fazia com os galhos secos que sempre levava recolhia e não dividia com ninguém. Essas são algumas prévias das histórias reunidas nesta antologia, contadas ou recontadas por escritores das nações indígenas Mebengôkre Kayapó, Saterê-Mawé, Maraguá, Pirá-Tapuya Waíkhana, Balatiponé Umutina, Desana, Guarani Mbyá, Krenak e Kurâ Bakairi.
Tratando dos mais diversos temas — dos mitos de origem às histórias de amor impossível —, as narrativas conduzem o leitor por situações e desenlaces muito próprios, sempre acompanhadas por um glossário e um texto informativo sobre o povo indígena de origem de cada autor. Esta é uma chance preciosa para todos aqueles que desejam entrar em contato com as raízes mais profundas de nossa cultura, ainda pouco valorizadas e respeitadas, por puro desconhecimento.”
MAUS
Maus ("rato", em alemão) é a história de Vladek Spiegelman, judeu polonês que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz, narrada por ele próprio ao filho Art. O livro é considerado um clássico contemporâneo das histórias em quadrinhos. Foi publicado em duas partes, a primeira em 1986 e a segunda em 1991. No ano seguinte, o livro ganhou o prestigioso Prêmio Pulitzer de literatura. A obra é um sucesso estrondoso de público e de crítica. Desde que foi lançada, tem sido objeto de estudos e análises de especialistas de diversas áreas - história, literatura, artes e psicologia. Em nova tradução, o livro é agora relançado com as duas partes reunidas num só volume. Nas tiras, os judeus são desenhados como ratos e os nazistas ganham feições de gatos; poloneses não-judeus são porcos e americanos, cachorros. Esse recurso, aliado à ausência de cor dos quadrinhos, reflete o espírito do livro: trata-se de um relato incisivo e perturbador, que evidencia a brutalidade da catástrofe do Holocausto. Spiegelman, porém, evita o sentimentalismo e interrompe algumas vezes a narrativa para dar espaço a dúvidas e inquietações. É implacável com o protagonista, seu próprio pai, retratado como valoroso e destemido, mas também como sovina, racista e mesquinho. De vários pontos de vista, uma obra sem equivalente no universo dos quadrinhos e um relato histórico de valor inestimável. "Maus é um livro que ninguém consegue largar. Quando os dois ratos falam de amor, você se emociona; quando eles sofrem, você chora." - Umberto Eco "Um triunfo modesto, emocionante e simples - impossível descrevê-lo com precisão. Impossível realizá-lo em qualquer outro meio que não os quadrinhos." - Washington Post "Uma história épica contada em minúsculos desenhos." - New York Times "Uma obra de arte brutalmente tocante." - Boston Globe "A narrativa mais comovente e incisiva já feita sobre o Holocausto." - Wall Street Journal "Maus é uma obra-prima. Como todas as grandes histórias, diz mais sobre nós mesmos do que poderíamos imaginar." - The Guardian
VIVA A VAGINA
“Você pensou que conhecia seu corpo? Pense de novo! Viva a vagina explica tudo o que você sempre quis saber sobre a vagina, mas não ousou perguntar. Aprenda a verdade sobre orgasmos femininos, a dança dos hormônios menstruais e o que exatamente é a vulva. Este livro também oferece explicações detalhadas para finalmente entender como os diferentes tipos de contraceptivos funcionam no corpo, como é uma vulva “normal” e se o uso de meias pode mudar sua vida sexual. As estudantes de medicina e educadoras sexuais Nina Brochmann e Ellen Støkken Dahl utilizam os conhecimentos médicos para oferecer informações confiáveis e desmistificar o órgão sexual feminino. Com uma abordagem direta e bem humorada, é uma leitura obrigatória para mulheres (e homens!) de todas as idades."
RAZÕES PARA CONTINUAR VIVO
"O mundo de Matt Haig ruiu quando ele tinha pouco mais de 20 anos. Ele não conseguia achar uma maneira de continuar vivo. Essa é a história real de como ele passou pela crise, triunfou sobre a doença que quase o destruiu e aprendeu a viver novamente.
Uma análise comovente e delicada sobre como viver melhor, amar melhor e se sentir mais vivo, Razões para continuar vivo é mais do que um livro de memórias. É um livro sobre como aproveitar seu tempo no planeta Terra.
'Quando eu tinha 24 anos, eu quase me matei. Na época, eu morava em Ibiza, Espanha, na parte tranquila da ilha. Minha casa era bem perto de um penhasco. Em meio à neblina da depressão, caminhei até a beirada do precipício e olhei para o mar, para a costa acidentada de pedra calcária, pontuada por praias desertas. Era a paisagem mais linda que eu já tinha visto, mas na hora aquilo não tinha importância. Eu estava muito ocupado tentando reunir a coragem que eu precisava para me jogar dali. Não me joguei. Em vez disso, recuei e vomitei tudo que estava sentindo.
Mais três anos de depressão se seguiram. Pânico, desespero, batalhas diárias.
Mas eu sobrevivi. Naquela época, eu tinha certeza de que não conseguiria passar dos 30. A morte ou a loucura total pareciam mais realistas. Já passei dos 40. Hoje vivo cercado por pessoas que amo, fazendo um trabalho que nunca imaginei que faria e passo meus dias escrevendo.
Fiquei muito feliz por não ter me matado, mas continuei me perguntando se havia alguma coisa para dizer às pessoas que estão passando por esses tempos sombrios.
Essa é minha tentativa.'"
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