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10 de mar. de 2020

Resenha: Oblivion Song v.2: Entre Dois Mundos


O segundo volume de Oblivion Song, publicado no Brasil pela Intrínseca, reúne os fascículos 7 a 12 da série, em uma HQ deliciosa de ler e fácil de devorar. Esperei ansiosamente por essa continuação e agora ela finalmente chega para os leitores que, assim como eu, buscam nos quadrinhos mundos fantásticos e realidades envolventes. Saiba mais na resenha de Oblivion Song: Entre Dois Mundos!

"Mestre em traçar universos distópicos permeados por reflexões sobre família, morte e a natureza humana diante da crise, Robert Kirkman, criador de The Walking Dead, reúne em Oblivion Song vários dos elementos que o consagraram. No segundo volume da série de quadrinhos que conquistou fãs e críticos, voltamos a acompanhar a saga do cientista Nathan Cole para reparar os erros do passado e começamos a entender o mistério que cerca o surgimento da nova dimensão aterrorizante com raros momentos de calmaria.

Anos atrás, 300 mil habitantes da Filadélfia foram repentinamente transportados para Oblivion. O governo investiu muitos recursos em incursões para resgatar as vítimas, mas as buscas foram encerradas. No entanto, algo motivou Nathan Cole a não desistir de procurar por sobreviventes. Quando revelações impensáveis sobre seu passado vêm à tona, ele passa a ter suas ações questionadas pelo governo. Há perguntas sobre Oblivion que só Nathan pode responder, e agora o futuro dos dois mundos está em suas mãos.

Com a arte vibrante de Lorenzo De Felici, Oblivion Song: Entre dois mundos reúne os fascículos 7 a 12 da série e entrelaça ação, suspense e ficção científica numa história sobre as renúncias e as escolhas necessárias para seguirmos em frente."

FICHA TÉCNICA
Título: Oblivion Song: Entre Dois Mundos
Autor: Robert Kirkman
Páginas: 136
Ano: 2020
Editora: Intrínseca
Nota: 4
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LIVRO CEDIDO EM PARCERIA COM A EDITORA





Se você tivesse acesso a outro mundo, mesmo sabendo que é um ambiente hostil, preferiria continuar no nosso? Entre Dois Mundos começa com Nathan Cole explicando em detalhes os acontecimentos que antecederam o desaparecimento de milhares de pessoas na Filadélfia. No primeiro volume descobrimos que esses humanos reapareceram em uma realidade paralela e extremamente inóspita, chamada de Oblivion.


Depois de detectar uma energia que indicava a existência de outra dimensão, Nathan Cole e sua equipe de cientistas e pesquisadores se viram intrigados e não resistiram à tentação de descobrir mais e explorar as possibilidades que uma outra dimensão poderia trazer. O início do primeiro volume se dá uma década depois dessas consequências fatídicas desse evento e essa recaptulação é feita nas primeiras páginas de Entre Dois Mundos.


Oblivion Song é uma história de ficção científica, com um toque bem único de suspense e que traz questionamentos bem interessantes sobre renúncias e sobre pertencimento. É uma HQ que conta a história de um homem que cometeu um erro e dedicou sua vida a tentar repará-lo enquanto assiste, aterrorizado, às consequências de suas escolhas.

Algo que me chamou atenção desde a primeira vez que li o primeiro volume de Oblivion Song foi o conceito de canção do silêncio que o personagem de Nathan Cole traz. Seu primeiro contato com essa dimensão foi um ruído em meio a um silêncio perturbador. Como se, mesmo no mais absoluto silêncio, existisse um cântico que o chamou desde o princípio.


Oblivion Song, tanto o primeiro quanto o segundo volume, guardam uma característica marcante de histórias de ficção científica ao abordar a humanidade em momentos extremos, sejam eles políticos, ambientais ou sociais. Isso é explicitado de forma bem intensa ao colocar os seres humanos em uma realidade paralela, onde precisam viver em um ambiente inóspito, cheio de monstros e uma nova organização social baseada na sobrevivência e cooperação. Nesse ponto, é necessário entender onde começa e onde termina a humanidade de cada um.

É interessante observar uma característica comum presente em enredos envolvendo histórias do exército norte-americano e como isso se mostra bem forte em Oblivion Song, principalmente nesse segundo volume. O estresse pós-traumático é um elemento marcante em Oblivion Song 2, assim como o clichê do uso de tecnologias avançadas para criação de armas super-potentes e a adaptação à realidade. Soldados renegados são protagonistas bem comuns em narrativas estadunidenses e, por isso, acredito que Oblivion Song daria muito pano para manga caso algum dia ganhasse uma adaptação.


Oblivion Song tem uma história bem objetiva também, com enredos que não se estendem demais, com arcos que se fecham perfeitamente a cada fascículo e, principalmente, a cada volume, e parece que sempre existe um fio que pode servir de condutor para uma outra história a ser trabalhada em volumes futuros.


Uma das coisas que mais gosto em Oblivion Song são os quadrinhos e a forma como eles foram pensados, principalmente suas cores. É uma graphic novel bem colorida, com uma paleta de cores bem voltada para as cores primárias. Ao invés de fazer todos os quadrinhos com diversas cores, é possível perceber uma preocupação em fazer com que as páginas tenham tons semelhantes, o que ajuda a mudar a ambientação, à medida que a história corre, e também captura o olhar por ser esteticamente agradável.


Oblivion Song, assim como Black Hammer, se tornou uma série que estou gostando bastante de acompanhar e estou muito satisfeita em ver o investimento da Intrínseca em quadrinhos e graphic novels do gênero. Espero que o terceiro volume chegue rápido ao Brasil, agora que Robert Kirkman expandiu ainda mais o universo de Oblivion.

Gostou da resenha e quer conhecer outra série de quadrinhos para se encantar? Então confira Black Hammer!


SOBRE OS AUTORES

Robert Kirkman é um dos nomes mais conceituados do universo dos quadrinhos. Sua aclamada série The Walking Dead ganhou o Eisner Awards, prêmio reconhecido internacionalmente, e o alçou à fama mundial, dando origem à série de TV homônima. Kirkman também é criador das HQs Invincible e Outcast, que serão adaptadas para a TV, e roteirista da Marvel Comics.

Lorenzo De Felici é um jovem ilustrador e colorista italiano que tem despontado no cenário dos quadrinhos, principalmente depois do trabalho com Kirkman em Oblivion Song.


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