Como o coronavírus impacta o mercado editorial

by - 12:00


A pandemia do coronavírus pegou o mundo de surpresa. Com um poder de propagação e contaminação absurdo, o covid-19 está fazendo o planeta inteiro tomar medidas drásticas de contenção e prevenção, repensar hábitos e comportamentos, além de gerar impactos sem precedentes na economia e circulação de pessoas em um mundo cada vez mais globalizado. Mostrei, na newsletter enviada com exclusividade para os assinantes, como o coronavírus impacta o mercado editorial e como a economia dos livros vai se comportar durante a pandemia. Para se inscrever e também receber notícias em primeira mão, clique aqui.

Entenda a genealogia da doença, sintomas, taxa de mortes, impactos econômicos e a busca por uma vacina nestas completíssimas matérias do Nexo Jornal. Para ir além, confira tudo o que você precisa saber sobre o novo coronavírus Sars-CoV-2 em formato de perguntas e respostas nesta matéria da Folha de S.Paulo. E, caso queira se manter atualizado, confira essa coletânea de matérias, atualizada diariamente, da Folha de S.Paulo.

O CORONAVÍRUS E O MERCADO EDITORIAL 

Além da pandemia que compromete a saúde pública do mundo inteiro, o covid-19 está impactando fortemente a economia de diversos países e, no meio de uma crise, o mercado editorial também é extremamente afetado e os impactos dessa pandemia, para os livros, ainda são incertos. No momento, diversos eventos vem sendo cancelados, incluindo lançamentos de livros e grandes feiras internacionais como a feira de livros de Londres e a Children's Book Fair de Bologna. O The Bookseller, um dos principais portais online do mercado editorial mundial está fazendo uma atualização diária sobre o coronavírus e seus impactos no mercado do livro. Para acompanhar os updates, confira o post aqui

No Brasil, a Feira do Livro da Unesp, que estava marcada para acontecer entre os dias 1º e 5 de abril, teve sua edição suspensa. A Flipoços também foi adiada. A Flip segue com a programação, mas a organização já se manifestou dizendo que está alerta à pandemia. Confira a suspensão de eventos literários no Brasil clicando aqui. Você também pode ver a lista completa do Publishers Weekly de eventos/feiras internacionais cancelados, clicando aqui.

Além disso, muitas editoras contam com impressões na China, principalmente de livros ilustrados e infantis. De acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, entre janeiro e novembro do ano passado, o Brasil importou 3,2 milhões de quilos de “livros, revistas, jornais e impressos semelhantes” da China. A escalada do dólar também é responsável por influenciar a escolha de não imprimir os livros dessa forma, além de representar um atraso na reposição de estoque de alguns gigantes do mercado e adiamento de alguns lançamentos. A suspensão das atividades na China, além de impactar na oferta de matéria-prima e impressão para exportação, também está gerando falta de determinados produtos literários. Já existem relatos da falta de e-readers, por exemplo, visto que os aparelhos são produzidos na China.

A venda de livros também está começando a se mostrar uma enorme preocupação para o varejo. Na Itália, um dos países mais afetados pela contaminação do coronavírus, as vendas de livros caíram 25% nas duas semanas anteriores e, nas áreas mais afetadas, as perdas chegam a 50%. Com o fechamento forçado de livrarias e medidas de contenção que pregam que as pessoas não saiam de casa além do que for extremamente necessário, é provável que algo semelhante aconteça no Brasil.

PERSPECTIVAS

Alguns profissionais do livro já estão tentando imaginar cenários que poderiam representar oportunidades econômicas para o setor. Enquanto a recomendação é que as pessoas fiquem em casa e, consequentemente, longe de livrarias, é possível pensar que poderá acontecer uma preferência por plataformas de assinatura de livros em formatos e-book e audiobooks. Ainda é cedo para pensar nas consequências econômicas para o mercado editorial, mas caso queira entender um pouco mais sobre o mercado de audiolivros no Brasil, clique aqui.

Enquanto as livrarias físicas se preocupam com os impactos das medidas preventivas de contenção da disseminação do covid-19, com leitores ficando mais em casa, é possível imaginar que mais pessoas recorrerão às vitrines digitais para escolher títulos e comprar livros para passar o isolamento e a quarentena. A gigante Amazon já está se preparando para essa realidade. Na segunda-feira, 16/03, a empresa informou que estaria aumentando salários e contratando 100.000 trabalhadores nos Estados Unidos.

Além disso, algumas editoras estão se unindo para incentivar as pessoas a ficarem em casa e usar esse tempo para ler mais. Uma companhia da Coreia do Sul especializada em livros digitais acaba de lançar ebooks para pacientes infectados com o novo coronavírus. A ideia é que elas possam ter alternativas para passar o tempo durante a quarentena. No Brasil, um grupo de mais de 100 editores se reuniu para lançar a campanha Juntos pelo Livro, com o slogan "Desculpe, Netflix. Se é para ficar em casa, eu prefiro livros”. Gigantes como HarperCollins e L&PM entraram nessa jogada, mas muitas editoras estão se pronunciando como uma forma de incentivar as pessoas a ficarem em casa e aproveitar uma boa leitura enquanto isso.

ORIENTAÇÕES PARA EVITAR A DISSEMINAÇÃO DO CORONAVÍRUS

"Para evitar a proliferação do vírus, o Ministério da Saúde recomenda medidas básicas de higiene, como lavar bem as mãos (dedos, unhas, punho, palma e dorso) com água e sabão, e, de preferência, utilizar toalhas de papel para secá-las.

Além do sabão, outro produto indicado para higienizar as mãos é o álcool gel, que também serve para limpar objetos como telefones, teclados, cadeiras, maçanetas, etc. Para a limpeza doméstica recomenda-se a utilização dos produtos usuais, dando preferência para o uso da água sanitária (em uma solução de uma parte de água sanitária para 9 partes de água) para desinfetar superfícies.
Utilizar lenço descartável para higiene nasal é outra medida de prevenção importante. Deve-se cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lo no lixo. Também é necessário evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas.

O Ministério da Saúde incentiva que reuniões sejam realizadas virtualmente, que viagens não essenciais (avaliadas pela empresa) sejam adiadas/canceladas e que, quando possível, realizar o trabalho de casa (home office). Adotar horários alternativos para evitar períodos de pico também é uma das medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde aos estados. Para as instituições de ensino, é recomendado o planejamento de antecipação de férias, procurando reduzir prejuízos no calendário escolar, inclusive com a possibilidade de utilizar o ensino à distância."

Para conferir a cartilha criada pelo Ministério da Saúde com dicas de prevenção, respostas para as principais dúvidas e muito mais, clique aqui


Que todos possam se cuidar e se prevenir da melhor forma possível, para que essa pandemia perca forças tão rápido quanto ganhou. É uma enorme prova à empatia humana, não vamos decepcionar, certo? Cuidem-se e cuidem de todos. 

*Para fins de direitos autorais, declaro que as imagens utilizadas neste post não pertencem ao blog. Qualquer problema ou reclamação quanto aos direitos de imagem podem ser feitas diretamente com nosso contato. Atenderemos prontamente.Photo by Hello I'm Nik 🎞 on Unsplash

E além do conteúdo postado no Blog, no YouTube, Instagram e Twitter, o Nostalgia Cinza conta com uma newsletter especial para os amantes da literatura. Além de ficar por dentro do conteúdo postado nas redes sociais, ao assinar a newsletter você tem acesso a conteúdos exclusivos sobre o mercado editorial, literatura e ainda fica à par dos lançamentos mais aguardados. Inscreva-se e receba também essas newsletters preparadas com muito carinho para todo leitor ♥

You May Also Like

2 comments

  1. Adorei, Laura! Muito legal mesmo seu artigo.

    ResponderExcluir
  2. Laura amei esse post, o COVID está impactando além da saúde tudo ao nosso redor, tanto em meios financeiros como psicológicos. Acho que ainda não é o auge dessa pandemia, há muita coisa por vir se comparado a outros países e devemos mesmo nos proteger, ficar em casa e pecar pelo excesso de higiene.
    Quanto a parte financeira vai afetar todo mundo mas, acho pouco pr´ovável que grandes empresas fechem as portas, já as pequenas fica mais fácil, e há muitas livrarias pequenas por aí. uma forma de ler mais é usando aplicativos ou lendo os livros que estão encalhados em casa, o que é uma boa também.
    Beijocas.

    https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/

    ResponderExcluir