Considerada uma das maiores escritoras do século XX, Virginia Woolf foi uma grande romancista e ensaísta e figura de destaque na história da literatura como feminista e modernista. Mulheres e Ficção é uma coletânea de ensaios que falam sobre importantes trabalhos de mulheres na ficção e as impressões de Woolf sobre suas obras. O livro é um bom objeto de estudo da literatura na voz de uma das autoras mais aclamadas.
"Hoje considerada uma das maiores escritoras do século XX, Virginia Woolf foi uma grande romancista e ensaísta, bem como figura de destaque na história da literatura como feminista e modernista. Ela se preocupava em particular com a experiência das mulheres, não apenas nos romances, mas também nos ensaios. Prova disso é esta pequena coletânea que trata do papel das mulheres na ficção.
Com ensaios que versam sobre a autora Jane Austen, as personagens Jane Eyre e Catherine Earnshaw (de O morro dos ventos uivantes) e vários outros temas, Woolf explora o lugar que as mulheres ocuparam e ainda podem ocupar na literatura.
Outros ensaios aqui reunidos falam também da ficção moderna, do ponto de vista do leitor comum, das diferentes formas de se ler um livro, e de diversos temas caros a todos os interessados por literatura."
Com ensaios que versam sobre a autora Jane Austen, as personagens Jane Eyre e Catherine Earnshaw (de O morro dos ventos uivantes) e vários outros temas, Woolf explora o lugar que as mulheres ocuparam e ainda podem ocupar na literatura.
Outros ensaios aqui reunidos falam também da ficção moderna, do ponto de vista do leitor comum, das diferentes formas de se ler um livro, e de diversos temas caros a todos os interessados por literatura."
FICHA TÉCNICA
Título: Mulheres e Ficção
Autora: Virginia Woolf
Páginas: 104
Ano: 2019
Editora: Prenguin & Companhia das Letras
Nota: 3
Compre: Amazon
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LIVRO CEDIDO EM PARCERIA COM A EDITORA
Título: Mulheres e Ficção
Autora: Virginia Woolf
Páginas: 104
Ano: 2019
Editora: Prenguin & Companhia das Letras
Nota: 3
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LIVRO CEDIDO EM PARCERIA COM A EDITORA
Virginia Woolf é um nome referência no meio literário. Escritora, ensaísta e editora britânica, ficou conhecida como uma das mais proeminentes figuras do modernismo e hoje é vista como um símbolo da literatura feminista também. Membro do Grupo de Bloomsbury, Woolf foi um nome extremamente significante para o movimento literário inglês no começo do século passado e no período entre guerras. O último ensaio de Mulheres e Ficção, inclusive, trata de devaneios vindos durante um bombardeio de aviões alemães durante a segunda guerra.
"O título desse artigo pode ser lido de dois modos: em alusão às mulheres e à ficção que elas escrevem, ou às mulheres e à ficção que é escrita sobre elas." Página 9
Com a capa bem característica, o livro Mulheres e Ficção, de Virginia Woolf, é publicado pelo selo Penguin Companhia. O selo, com o formato internacionalmente reconhecido da coleção, publica, entre outras obras, as do catálogo da Penguin Classics.
Ao ler o título, tive a impressão de que o livro trataria mais da questão das mulheres e a construção da ficção ou que se tratasse de uma análise sobre a importância das mulheres na escrita de livros de ficção. Entretanto, o livro trata apenas de um compilado de resenhas escritas por Virginia Woolf sobre livros escritos por outras mulheres. Ou seja, a questão do feminino e a questão de gênero não é o foco, não entra como algo diferencial do livro.
O livro se inicia com uma introdução e apresentação sobre quem é Virginia Woolf por Leonardo Fróes, tradutor, poeta, jornalista e crítico literário. Mesmo que bem curta, com essa introdução podemos entender um pouco mais da vida de uma das autoras mais icônicas de todos os tempos e temos uma pincelada de quem ela era e do seu lugar no panteão de grandes escritores.
Já Virgínia Woolf começa o primeiro ensaio do livro falando um pouco sobre a falta de produção literária feminina na era elisabetana e em outros momentos da história. Ela fala sobre como o meio influência muito na condição artística da mulher e na expressão dessa condição. É interessante como ela aponta o fato de que a ficção acaba sendo o gênero literário que mais engloba as mulheres a partir do século XVIII porque é o gênero que de adequa às condições de uma mulher na sociedade da época.
"A ambiguidade é intencional, porque o máximo de flexibilidade é desejável ao se considerar as mulheres como escritoras; é preciso deixar espaço para considerar outras coisas além de seu trabalho, já que esse trabalho foi tão influenciado por condições que nada tinham a ver com a arte." Página 9
Na minha opinião, o primeiro ensaio é, de longe, o melhor, uma vez que ele trata mais a questão das mulheres dentro da sociedade, principalmente como escritoras e autoras, o que serve de influência para seus trabalhos. Virginia Woolf levanta algumas questões bem interessantes em seus textos, principalmente aqueles que fazem referência às escolhas por parte de escritoras. Seriam elas moldadas e limitadas por seu tempo? Qual seria o caminho criativo de Jane Austen, por exemplo, se ela vivesse em uma época e contexto diferente? Woolf discute brevemente como a experiência exerce grande influência sobre a ficção. Entretanto, como o livro trata de ensaios e resenhas mais curtos e direcionados para determinadas análises literárias, as reflexões não se aprofundam tanto nessa direção.
Além disso, Mulheres e Ficção é uma boa obra para ter acesso a outras autoras que podem não ser de conhecimento do público geral. Mesmo procurando estar à par de grandes nomes da literatura, o livro me apresentou autores como Geraldine Jewsbury que me fizeram pesquisar mais a respeito de suas obras e de sua contribuição para a literatura inglesa.
Mulheres e Ficção é uma boa referência para estudantes e entusiastas de literatura. Li o livro ao mesmo tempo em que lia também Uma Breve História da Literatura, de John Sutherland, e um complementou o outro de forma bem interessante. Coincidentemente, li os capítulos que ambos tratam de Jane Austen ao mesmo tempo e foi quando senti que a leitura de Mulheres e Ficção mais me acrescentou algo. Como no livro Virginia Woolf trata de aspectos mais específicos da escrita e pessoa de Austen, o livro Uma Breve História da Literatura ajudou a expandir a análise e apresentou uma contextualização mais clara e palatável.
É uma coletânea de ensaios e resenhas de outras escritoras. Para o leitor que já está familiarizado com essas autoras é um livro interessante porque faz algumas críticas pontuais a determinados trabalhos e também amplia o olhar a respeito do trabalho de alguns autores. Entretanto, para o leitor que teve pouco ou nenhum contato com as obras, a leitura de torna maçante e é difícil extrair algo além da abstração de entender o Woolf quer passar.
Mulheres e Ficção foi meu primeiro contato com a escrita de Woolf e, por mais interessante que tenha sido, gostaria de ter acesso a mais obras da autora para poder entender melhor seu estilo literário e narrativo visto que o livro reúne apenas alguns curtos textos que tratam de análises do trabalho de outros escritores. Fiquei bem interessada em ler Um Teto Todo Seu uma vez que o livro é uma referência feminista e literária que provavelmente explora bem mais as questões que eu esperava encontrar aqui.
Mulheres e Ficção é uma ferramenta de estudo bem interessada para quem já tem algum conhecimento prévio ou contato anterior com as obras e autores em questão. Entretanto, não é uma leitura recomendável para quem não se sente tão facilmente fisgado por textos técnicos.
Gostou da resenha e quer mais referências literárias feministas? Então confira minhas próximas leituras com temáticas feministas!
"A ficção era, e ainda é, a coisa mais fácil de uma mulher escrever. E a razão para isso não é difícil de encontrar. O romance é a forma de arte menos concentrada. É mais fácil interromper ou retornar um romance do que um poema ou uma peça. George Eliot parava de trabalhar para ir cuidar do pai. Charlotte Brontë trocava a pena pela faca de descascar batatas. E a mulher, vivendo na sala, em comum com as pessoas que a cercavam, era treinada para usar sua mente na observação e análise do caráter. Era treinada para ser romancista, não para ser poeta." Página 12
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