Resenha: BTK: Máscara da Maldade

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Nos anos 70, um monstro aterrorizou os moradores de Wichita, Kansas, um pesadelo que se estenderia por mais de 30 anos. Um assassino em série que amarrava, torturava e matava mulheres, homens e crianças, iludiu a polícia por anos a fio enquanto se vangloriava de suas terríveis façanhas para a mídia.

O mais novo título da linha Crime Scene, lançado pela Darkside, conta a história dos assassinatos que mexeram com os Estados Unidos e da investigação implacável dos detetives. Quer saber mais sobre o livro? Então confira a resenha de BTK Profile: Máscara da Maldade!

"A nação ficou chocada quando os crimes de BTK — a sigla para os termos em inglês bind, torture, kill, que eram sua assinatura criminosa — foram enfim associados a Dennis Rader, um vizinho amigável, marido devoto e respeitado presidente da congregação de uma igreja local.

O jornal Wichita Eagle fez a cobertura do assassino em série desde seu primeiro ataque, em janeiro de 1974. Desde então, o jornal, a polícia e o assassino desenvolveram um intricado relacionamento. Foi por meio do Eagle que BTK enviou sua primeira mensagem, em 1974. Foi para o Eagle que, alguns anos depois, o desesperado chefe de polícia de Wichita pediu ajuda para criar uma armadilha para o assassino. Foi em uma carta para o Eagle que BTK anunciou seu reaparecimento, em 2004. E foi por meio dos classificados do jornal que o chefe da investigação levou BTK a cometer um erro que resultou em sua captura, em 2005.

O Wichita Eagle transcreveu todo o julgamento e o postou na internet para que a população tivesse acesso à informação. A imagem da estranha máscara feita de plástico resistente, na qual ele pintara lábios, cílios e sobrancelhas se tornou icônica entre as evidências do caso. A cobertura abrangente e aprofundada — que gerou mais de oitocentos artigos entre 2004 e 2006 — rendeu prêmios jornalísticos e elogios a uma dedicada equipe compromissada com a verdade. E virou livro. BTK Profile: Máscara da Maldade é um registro contundente e não uma mera reconstituição do caso, com uma narrativa íntima e completa de um pesadelo que assolou a cidade de Wichita por décadas, contada em primeira mão pelas pessoas que estavam lá desde a chocante descoberta.
Os repórteres que cobriram o caso reuniram documentos, evidências e depoimentos da força-tarefa designada para a investigação, colocando todas as peças do horrendo quebra-cabeça em seu devido lugar. Enquanto muitos se concentraram apenas em retratar o mal, o competente time por trás deste livro optou por dedicar a mesma quantidade de tempo às pessoas que o erradicaram. As pessoas que detiveram BTK são policiais de verdade — personagens de carne e osso que baixaram a guarda para que os leitores pudessem seguir com eles em missões de vigilância e confronto, para dentro de seus lares e corações.

Os fãs da linha Crime Scene agora têm à disposição uma obra completa e cuidadosamente escrita para estudar o caso de Dennis Rader, o BTK. Em 2005, após a sua prisão e confissão, Dennis Rader teve a sua história contada no filme Hunt for the BTK Killer, de Stephen T. Kay, e também serviu de inspiração para Stephen King no conto “Um Bom Casamento”. Mindhunter, série da Netflix produzida por Charlize Theron e David Fincher, traz o assassino em destaque em sua segunda temporada, que tem estreia confirmada para agosto deste ano."

FICHA TÉCNICA
Título
: BTK Profile: Máscara da Maldade
Autores: Roy Wenzl, Tim Potter, L. Kelly, Hurst Laviana, Eduardo Alves
Páginas: 416
Ano: 2019
Editora: DarkSide Books
Nota: 4
Compre: Amazon
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LIVRO CEDIDO EM PARCERIA COM A EDITORA
Não recomendado para menores de 18 anos



Em 2019 a DarkSide Books está lançando uma coleção de livros de perfis de assassinos em série que deixaram sua marca no imaginário popular. Ted Bundy foi um deles, seguido agora de BTK e Killer Clown. Esses títulos trazem o que há de melhor para os fãs de assassinos implacáveis e apaixonados por uma boa história de suspense. BTK: Máscara da Maldade conta a história de alguns dos assassinatos mais chocantes dos Estados Unidos, todos ligados por uma único homem com uma mente aterrorizante.


BTK significa bind (amarrar), torture (torturar), kill (matar) e foi uma sigla criada pelo próprio assassino, atualmente capturado, Dennis Rader. O livro é escrito pela perspectiva das pessoas responsáveis pela investigação e cobertura dos assassinatos de BTK. As primeiras páginas seguem bem o padrão de um livro de serial killer, com muitas descrições de cenários e ambientações, contextualização dos personagens e insights extremamente detalhados, tudo para levar o leitor para dentro das cenas dos crimes e fazer com que possamos entender, da forma mais explícita possível, tudo o que se passou em momentos-chave das tragédias.


As primeiras páginas do livro já nos puxam de maneira bem envolvente e colocam Dennis Rader como centro da narrativa. Isso acaba mudando a partir da metade do livro, que acaba se voltando mais para a história dos detetives e jornalistas envolvidos com o caso. Por um lado, é muito interessante fazer uma abordagem dessa forma, afinal, o livro foi escrito pelos investigadores e repórteres envolvidos. Entretanto, isso acaba transformando um pouco a forma como o leitor consome aquele conteúdo, o que me pegou um pouco de surpresa.

Seguindo essa linha, o livro se propõe a fazer um paralelo entre a vida de Rader, o BTK, e Landwehr, um dos principais detetives responsáveis pela investigação. O livro leva o leitor por um passeio no tempo, mostrando a cronologia dos assassinatos e da vida desse detetive que dedicou anos tentando encontrar o autor de assassinatos tão brutais. É interessante perceber como o assassino pode interferir e influenciar a vida de pessoas além de suas vítimas e isso é mostrado de forma muito clara ao evidenciar todo o trauma causado por BTK ao longo dos anos, principalmente em relação às tentativas falhas de captura-lo. O encontro entre Rader e Landwehr é, definitivamente, um dos pontos altos do livro.



É possível perceber claramente a mão dos jornalistas em todo o livro com uma riqueza de detalhes impressionante. Com menções desde o que comeu determinada pessoa em um dos dias mencionados no livro até os pensamentos conturbados em relação ao caso, os autores conseguem transmitir uma veracidade impressionante. É impossível não acreditar que tudo aquilo realmente tenha acontecido e é mais difícil ainda se desconectar da história. Tudo é escrito com tamanho cuidado e profundidade que é quase como se esquecêssemos que tudo o que está sendo narrado de fato aconteceu. Existe uma linha tênue entre a realidade e a ficção que se faz presente por meio da escrita dos autores. Isso é, de fato, impressionante.



Li BTK: Máscara da Maldade logo após ter terminado a leitura do conto Um Bom Casamento, de Stephen King. O conto foi inspirado nesse famoso assassino e foca na perspectiva do choque de uma mulher, ao descobrir que seu marido é um serial killer, então comecei BTK já ansiosa para saber mais sobre os assassinatos e sobre a história desse homem perturbado que conseguiu mentir para todos, até os mais próximos. Apesar de não abordar a perspectiva da família de Dennis Rader e priorizar o ponto de vista daqueles responsáveis pela investigação e cobertura do caso, essa é uma reflexão que fica com o leitor ao longo de todo o livro: como seria para uma família descobrir que o marido devoto e pai dedicado esconde uma obsessão doentia e cruel? Ao longo da leitura não conseguia parar de pensar em como seria para a família e, principalmente, para a esposa de Rader.

BTK: Máscara da Maldade não é fácil de ler, ainda mais para leitores mais sensíveis, mas é um trabalho de investigação jornalística primoroso. O livro coloca em xeque a complexidade da mente humana e a maldade escondida por trás de uma máscara de civilidade. BTK: Máscara da Maldade traz à tona o que há de pior no ser humano e pode ser bem difícil digerir todos os detalhes e os sentimentos que podem surgir com o livro, por isso não é uma leitura recomendada para menores de 18 anos ou para pessoas sensíveis a esse tipo de história.


Livros sobre assassinos em série estão se tornando cada vez mais populares e BTK: Máscara da Maldade é uma bela aquisição para fãs de leituras de suspense e terror. Além da edição impecável da DarkSide Books, o livro ajuda a aprofundar a discussão sobre serial killers e mentes sombrias. Mal posso esperar para conferir os próximos títulos e profiles da linha Crime Scene.

E se você gostou do livro e quer conhecer outro título semelhante, confira a resenha de Casos de Família!

"Ao escrevermos este livro, nós também tivemos que fazer uma escolha. Enquanto muitos se concentraram apenas em retratar o mal, nós resolvemos dedicar a mesma quantidade de tempo às pessoas que o erradicaram." Página 21




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