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22 de out. de 2017

Vamos começar a falar sobre yoga?

Sabe aquele momento em que você percebe que você nunca mais vai ser a mesma pessoa? Aquele ínfimo pensamento que de repente passa a mudar irrevogavelmente a sua forma de ver e viver o mundo? Foi mais ou menos assim que me senti depois que comecei a fazer yoga. 
Não vou mentir e dizer que foi na primeira aula, naquele primeiro instante em que sentei num tapetinho que tive a minha perspectiva de vida virada de cabeça para baixo. Não foi tão instantâneo; foi sutil, morno. Certo.
Como a maioria das pessoas, antes de começar a praticar yoga eu acreditava e vivia falando que “não é pra mim”. Eu não era uma pessoa nem um pouco calma, muito pelo contrário, o estresse me consumia a níveis desgastantes diariamente. Meu corpo era completamente bloqueado, às vezes eu tinha a certeza de que ele nem me pertencia direito, que eu vivia dentro de uma casca sem flexibilidade nenhuma e sem nenhuma graciosidade.
Até hoje o que mais ouço são comentários do tipo “não posso fazer yoga, sou completamente travada, não tenho elasticidade nenhuma!”. Antes de começar, eu conhecia tão pouco a respeito do yoga que nem isso eu pensava. Yoga pra mim era nada mais nada menos do que alguns instantes de meditação que apenas as pessoas mais esclarecidas e resolvidas pessoalmente conseguiriam manter. Características que eu definitivamente não tinha – não que hoje eu seja Sidarta, longe disso. Mas o yoga não me atraiu por causa das posturas “impossíveis” ou fotos artísticas, eu nem sequer sabia que essas coisas faziam parte da prática, acabei descobrindo depois que comecei.


Movida por problemas emocionais, busquei algum tipo de atividade que me proporcionasse um pouco de tranquilidade e, principalmente, técnicas de respiração que pudessem me acalmar. Precisava – e preciso – esvaziar minha mente de vez em quando e o yoga surgiu como uma possível solução para a tormenta que sentia dentro de mim.
Tudo começou de forma muito tranquila e até hoje não sei apontar exatamente o momento em que eu percebi todas as mudanças que começaram a acontecer. Até que aconteceram. E quando percebi eu já era outra pessoa, com perspectivas completamente diferentes, um novo jeito de lidar com o mundo, uma nova forma de pensar a vida, uma nova compreensão de quem eu sou e um sentimento indescritível de pertencimento no peito. Posso escrever outro texto falando melhor sobre tudo o que mudou comigo porque as explicações são muitas, são bem pessoais e a lista é enorme.
Antes de começar a praticar eu entendia que yoga era yoga e apenas isso, mas não é bem assim. Do mesmo jeito que existem diversas modalidades de luta, por exemplo, o yoga também se divide em linhas que seguem princípios diferentes, que se baseiam em diferentes modos de pensar, diferentes jeitos de ver e viver a vida e que conduzem a prática cada um de um jeito.
Conheci o yoga pelos princípios do Hatha Yoga, com uma professora pequenininha, de voz fina e um jeito carinhoso de quem tinha certeza de que eu escondia muito mais potencial do que eu acreditava. E que sensação maravilhosa descobrir que talvez ela estivesse certa! Com pouco mais de um ano e meio de prática busquei conhecer um pouco mais sobre outras linhas e acabei me aventurando em uma aula de Vinyasa. Foi quando descobri a graciosidade e a fluidez que meu corpo podia ter, logo eu, quem diria!


Hoje, apesar de continuar frequentando aulas de Hatha e Vinyasa, não gosto de falar que sigo uma única linha de yoga. Acho Swasthya Yoga fascinante, tenho grande admiração pelos praticantes de Ashtanga. Acompanho tantas pessoas que seguem princípios e métodos diferentes e gosto tanto de explorar tudo que posso, acho injusto me limitar a apenas um ou outro princípio. Yoga é bem mais que isso e descobri que é uma delícia ter a mente aberta e se permitir se aventurar por tudo que parece atraente. Você só tem a ganhar com isso.
Um dos maiores presentes do yoga foi me devolver para mim mesma. Fui apresentada ao meu corpo, fiz as pazes com meu coração e comecei a entender um pouco melhor o que se passava na minha mente. Passei a me pertencer e esse é um dos conceitos mais bonitos que já aprendi. Comecei a ouvir e entender o que meu corpo tem a dizer e essa consciência corporal não tem valor. É surpreendente o quanto você pode aprender quando descobre como ouvir seu corpo e seu coração.
Colho com muito prazer e muito orgulho todos os benefícios físicos que a prática me oferece e não vou negar que me sinto muito bem quando consigo superar meus próprios limites e manter uma postura que antes parecia impossível pra mim. Mas cada postura traz muitos outros segredos e benefícios e são esses elementos que mais me impactam e me ensinam a crescer como praticante e como pessoa. É a maneira como me sinto a cada evolução e a cada movimento que me fascina e me faz continuar crescendo dentro da prática.
Com pouco mais de três anos de yoga aprendi mais do que eu seria capaz de prever e a cada dia que me disponho a sentar no meu tapetinho e me fazer presente, descubro o quão pouco eu sei de fato. Mas estou sempre tentando evoluir e é uma delícia perceber que o caminho é longo, mas vale a pena, como vale!
Gosto de compartilhar e refletir sobre meu crescimento e minhas percepções dessa prática que me mudou irrevogavelmente e acho que esse é só o começo, tem tanto para falar... Foi difícil resumir tanto, mas é só o começo de uma conversa que espero que se estenda um pouco mais. Não sou instrutora - ainda -, mas sou apaixonada por yoga e adoraria tagarelar mais a respeito das minhas experiências pessoais desde que inseri no meu cotidiano essa arte milenar que me conquistou de maneira tão forte.
Você tem alguma curiosidade a respeito do yoga? Quer que eu fale melhor sobre o que mudou em mim de forma tão imponente? Ou quer apenas compartilhar uma reflexão sobre essa prática? Deixe um comentário me falando se vale a pena estender essa conversa e jogar no mundo algumas das minhas experiências <3


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7 comentários:

  1. Uauu. Sou louca para fazer yoga pq preciso ser uma pessoa mais tranquila, menos estressada...
    Mas só tem longe da minha casa.
    Vou ver se crio coragem para começar e me apaixonar também❣️

    Um beijo e sucesso!

    Http://deliriosdeumameninade20epoucos.blogspot.com

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  2. Aaaaaah que post mais lindo! Confesso que nunca busquei saber mais sobre yoga, porque apesar de achar que parece ser legal, acho que não conseguiria me acalmar e relaxar nas atividades. Minha mãe fazia e me contava um pouco das aulas e eu só pensava: isso não é para mim. Eu sou aquela pessoa que não consegue desligar a cabeça nem por um segundo, a não ser que esteja desenhando ou escrevendo. Geralmente não consigo me concentrar em uma única coisa, sou muito dinâmica e yoga parecia coisas para pessoas calmas e esclarecidas, mais ou menos como você mencionou. Gostei de saber que serve para absolutamente qualquer um e que nos ajuda a ter melhor percepção de nós mesmos e entender os sinais de nosso corpo. Beijão!


    itskimby.com

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  3. Eu faço Yoga e sei exatamente como se sente, porque comigo foi assim também. Adorei o post, beijo!
    www.arquivosderafaela.com

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  4. Que postagem maravilhosa, sempre tive vontade de fazer yoga, recentemente comecei a fazer através de um curso online, me sinto bem melhor os dias que faço, mas muitas vezes sinto falta de confiança e travada para fazer alguns movimentos ainda mais por ser online. Adorei beijos www.blogdoce18.com

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  5. Tenho super curiosidade e vontade de praticar. Ainda não rolou pra mim, mas percebo o quanto as pessoas que praticam se envolvem e mudam quando se encontram fazendo yoga.

    Elisa Alecrin ❤

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  6. Amei o post, Laura! Queria muito que tu falasse mais sobre Yoga por aqui, lembro que vi uma entrevista tua uma vez e fiquei morrendo de vontade de fazer. Não sei por onde começar, mas gostaria muito fazer. Fala sim o que o Yoga mudou na tua vida e como que são as aulas, onde tu começou fazendo... Ia adorar! =)

    Beijos, quebrarosilencio.blogspot.com ❥

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