Romances históricos sempre me chamaram a atenção, principalmente aqueles passados no período da Segunda Guerra Mundial. Esse período tão obscuro da humanidade rende, até hoje, romances dos mais diversos.
Quando recebi o livro A febre do amanhecer, com essa capa maravilhosa, fiquei animada para ler um recorte de uma realidade que aconteceu por causa da guerra. Quando descobri que era uma história real, fiquei ainda mais curiosa.
Quer saber o que achei do livro? Então confira a resenha de A febre do amanhecer:
“Julho de 1945. Miklos é um jovem húngaro de 25 anos que sobreviveu ao campo de concentração e foi levado para a Suécia para recuperar a saúde. Mas logo os médicos o desenganam: ele tem os pulmões comprometidos e conta com poucos meses de vida. Miklos, porém, tem outros planos. Ele não sobreviveu à guerra para morrer num hospital. Após descobrir o nome de 117 jovens húngaras que também se encontram em recuperação na Suécia, ele escreve uma carta a cada. Uma delas, ele tem certeza, se tornará sua esposa. Em outra parte do país, Lili lê a carta de Miklos e decide responder. Pelos próximos meses, os dois se entregam a uma correspondência divertida, inusitada, cheia de esperança. Baseado na história real dos pais do autor, A febre do amanhecer é um romance vibrante e inspirador sobre a vontade de amar e o direito de viver."
FICHA TÉCNICA
Títulos: A febre do amanhecer
Autor: Péter Gárdos
Ano: 2015
Páginas: 215
Idioma: Português
Editora: Companhia das Letras
Nota: 3/5
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A febre do amanhecer começa de um jeito que prende o leitor ao contar um pouco da trajetória de Miklós, pai do autor. Ele chega à Suécia muito doente e procurando se recuperar depois dos horrores que presenciou na Segunda Guerra.
Não demora para Miklós receber a notícia de que não tem muito tempo de vida devido à tuberculose que comprometeu seus pulmões. Logo de cara ele tem a ideia de escrever para outras mulheres doentes em busca de uma esposa. Ele envia a mesma carta para 117 mulheres e espera o retorno daquela que ele tem a certeza de que será sua. Aí somos apresentados a Lili.
Quando Lili decide responder carta de Miklós sem muitas pretensões, eles começam a conversar com uma frequência crescente e a narrativa passa a girar em torno dos diálogos entre o casal e o seu cotidiano lidando com doenças, preocupações com familiares, rotina nos hospitais e interação com os amigos.
“Ontem, ao telefone, foi terrível - eu não conseguia falar direito. Eu queria dizer que a amo demais, que sou solidário a você. Desculpe-me se eu não disse, mas foi assim que me senti... Agora, são apenas mais alguns dias e a verei!"
O autor não mergulha muito na personalidade dos personagens, mesmo tendo muito conteúdo para explorar. Achei que, por Miklós e Lili serem seus pais, Péter Gárdos teria uma infinidade de assuntos para mergulhar a fundo, mas os personagens não são muito trabalhados e isso fez falta ao longo da narrativa.
Tanto Miklós quanto Lili vivenciaram o que a Segunda Guerra teve de pior e isso é apenas mencionado brevemente em algum momento da narrativa. Nem o relacionamento dos dois é muito trabalhado, o autor focou mais no cotidiano do casal quando estava separado e em alguns diálogos que parecem não acrescentar tanto para a história. Até mesmo as cartas não são tão completas. Talvez as cartas originais não fossem tão grandes, mas o autor selecionou apenas alguns trechos para compor a narrativa e muitos deles não são muito interessantes.
Além disso, a leitura é um pouco confusa porque o autor muda o foco da narração constantemente e, muitas vezes, de forma abrupta. Não é uma narrativa com muitas reviravoltas ou tramas brilhantes, é uma história focada na simplicidade depois dos horrores da guerra. Talvez seja por isso que o livro seja tão fácil de ler.
“Na estação de trem, a noite estava abafada e poeirenta. Lili, sua mãe e meu pai se olhavam emocionados, se observavam, passavam o peso do corpo de um lado para o outro no meio daquela multidão fervilhante e emocionada.
Por mais dois anos, eu apenas me preparava, ansioso, em silêncio."
Por mais dois anos, eu apenas me preparava, ansioso, em silêncio."
O livro é pequeno e é muito rápido de ler. Mesmo não tendo mergulhado na história como eu achava que aconteceria, passei as páginas com uma facilidade descomunal. Por não ser uma narrativa muito densa ou descritiva é bem rápida e fácil de ler.
Acredito que tenha sido essa calmaria na história que tenha feito o sucesso do livro que foi, inclusive, adaptado para o cinema. Como o próprio subtítulo menciona, é uma história de amor depois da tragédia da guerra. É muito inspirador ver como duas pessoas conseguiram sobreviver a um dos momentos mais trágicos da história e ainda encontraram o amor um no outro mesmo estando há quilômetros de distância.
É perfeitamente compreensível o vislumbre que o autor teve em transformar essa história de sobrevivência e superação em um romance. Apenas gostaria que ele tivesse sido um pouco mais trabalhado, mesmo se a proposta tivesse sigo fugir da tragédia da guerra e focar apenas no amor.
A febre do amanhecer é um livro para quem gosta de romances de não ficção, de histórias reais e inspiradoras. É uma leitura para apreciar de uma vez com um cobertor e uma xícara de chá ;)
Se você gostou da resenha e quer conhecer outro título da Companhia das Letras, confira a resenha de A Rainha de Tearling.
Se você gostou da resenha e quer conhecer outro título da Companhia das Letras, confira a resenha de A Rainha de Tearling.
“Meu pai e minha mãe se corresponderam durante seis meses, até se casarem em Estocolmo. Eu não soube da existência dessas cartas por cinquenta anos. Depois da morte do meu pai, minha mãe, quase como num gesto casual, estendeu-me dois maços de cartas, um amarrado com uma fita azul; e o outro, com uma fita escarlate. Passados dez anos, escrevi a primeira versão desse romance." Péter Gárdos.
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Também gosto de ler romances historicos, fiquei curiosa pra ler este, a diagramaçao também parece boa.
ResponderExcluirBeijos 😘
Oiii Laura tudo bem?
ResponderExcluirEstou começando a ler romances históricos, fiquei apaixonada pela sua opinião e a essa edição que está bem caprichosa e sei que seria uma ótima pedida ainda mais nessa época que estou aqui a ler apenas livros de outros gêneros, dica anotada.
Beijinhos
Olá!
ResponderExcluirEu amo romances históricos, achei interessante a forma como você descreveu suas impressões. Não sei se me sentiria confortável lendo todas as mudanças bruscas que o autor faz no decorrer da trama, mas fiquei curiosa para o desfecho dele.
Dica anotada!
Beijos!
Camila de Moraes
Oi! Adoro conhecer romances que envolvem momentos históricos também. A capa do livro está lindíssima, e a premissa promete uma ótima história. Porém, ao ler sua resenha reconheço que não senti muita vontade de ler. Me pareceu meio arrastada e confusa, como você mesma comentou, então vou deixar para ler em uma outra oportunidade ;)
ResponderExcluirBeijo!
Eu já tinha lido algo a respeito deste livro, e já tinha me interessado por ele. Como fã do gênero é um livro que quero ler o mais breve, mesmo ele não tendo se aprofundado tanto na história em si.
ResponderExcluirBjs, Rose
OI, tudo bem?
ResponderExcluirGosto de romances históricos, porém apesar dessa leitura ser rápida não me atraiu.
BJs