Outros
jeitos de usar a boca
apareceu
para mim pela primeira vez em um vídeo da
JoutJout.
Um dos poemas narrados no vídeo fala sobre o relacionamento da filha
com o pai e me tocou profundamente. Fiquei curiosa a respeito do
livro já que adoro poesia (acho que dá pra perceber pelo instagram
do Nostalgia Cinza, né?)
e estava procurando uma leitura do gênero.
Não
foi difícil passar as páginas de Rupi Kaur e vou contar o porquê:
“Maior
fenômeno de poesia dos EUA na última década, há mais de 40
semanas no topo das listas de best-sellers Outros jeitos de usar a
boca é um livro de poemas sobre a sobrevivência. Sobre a
experiência de violência, o abuso, o amor, a perda e a
feminilidade. O volume – publicado nos EUA como “milk and honey”
– é dividido em quatro partes, e cada uma delas serve a um
propósito diferente. Lida com um tipo diferente de dor. Cura uma
mágoa diferente. Outros jeitos de usar a boca transporta o leitor
por uma jornada pelos momentos mais amargos da vida e encontra uma
maneira de tirar delicadeza deles. Publicado inicialmente de forma
independente por Rupi Kaur, poeta, artista plástica e performer
canadense nascida na Índia – e que também assina as ilustrações
presentes neste volume –, o livro se tornou o maior fenômeno do
gênero nos últimos anos nos Estados Unidos, com mais de 1 milhão
de exemplares vendidos.”
Título:
Outros
jeitos de usar a boca
Autora:
Rupi
Kaur
Ano:
2017
Páginas:
206
Idioma:
Português
Editora:
Planeta
Brasil
Nota:
4,5/5
Outros
jeitos de usar a boca
é um
livro que começa com dor. O livro é dividido em quatro partes: a
dor, o amor, a ruptura e a cura. No primeiro capítulo o sofrimento
da autora é quase palpável. Rupi fala de abusos sexuais, violência
psicológica e tempos obscuros na vida de uma mulher que sofreu por
causa de um homem; seja um interesse romântico, encontros casuais ou
o próprio pai. Infelizmente é um capítulo que muitas mulheres
podem se identificar e a forma com que ela escreve é tocante.
Nessa
primeira parte seus poemas têm um caráter social porque além de
representarem dores que talvez sejam pessoais para Rupi, fazem
críticas ao comportamento de pais e homens em relação à meninas e
mulheres. É um capítulo forte e intenso.
“toda
vez que você
diz
pra sua filha
que
grita com ela
por
amor
você
a ensina a confundir
raiva
com carinho
o
que parece uma boa ideia
até
que ela cresce
confiando
em homens violentos
porque
eles são tão parecidos
com
você
-
aos pais que têm filhas”
Logo
após “a dor”, Rupi fala de amor de um jeito muito delicado e
inocente. Apesar de alguns poemas serem mais apaixonados e sexys, a
inocência está presente naquele sentimento de amar alguém pela
primeira vez e se ver perdida nos encantos da pessoa que parece ter
vindo para te salvar. Os
poemas são doces e encantadores.
“a
ruptura” e “a cura” são tão
emocionantes e doces quanto os anteriores. Mesmo quando Rupi aborda
temáticas como assédio e términos, ela consegue escrever de forma
a prender o leitor e tocá-lo com palavras. Seja qual for a temática,
ela tem a capacidade de fazer
a leitura fluir com seus poemas pequenos e diretos.
A
linguagem é simples, fácil de ser entendida. Talvez isso, aliado ao
sentimentalismo, tenha sido responsável pelo
sucesso estrondoso de Outros jeitos de usar a boca. Comecei a ler o
livro e poucos minutos depois já está folheando as últimas
páginas. Rupi consegue prender o leitor do início ao fim e deixar
aquele gostinho de quero mais. Com certeza ficarei de olho em futuros
lançamentos de Rupi.
“o
que eu sou pra você
ele pergunta
eu
coloco as mãos em seu peito
e
sussurro você
é
toda a esperança
que
eu já tive
na
forma humana”
Outros
jeitos de usar a boca
é um
livro para todos que gostam de poesia, de livros emocionantes e de
palavras que mais parecem um belo tapa na cara. É um livro para
amantes de palavras e sentimentos e para todos aqueles que procuram
uma leitura rápida e emocionante.
Se
você gostou da resenha e quer conhecer
outro livro de poesia, venha conferir a resenha de Pó de lua, da
Clarice Freire.
“aqui
está a jornada de
sobrevivência
pela poesia
aqui
está o sangue suor lágrimas
de
vinte e um anos
aqui
está o meu coração
em
suas mãos
aqui
está
o
amor
a
dor
a
ruptura
a
cura”
Gostou
da resenha? Já leu o livro ou ficou com vontade de ler? Então não
esqueça de deixar uma curtida ou um comentário ;)
Desde quando eu vi a jout jout falando sobre esse livro fique toda doida pra ler, agora mais ainda. Que resenha linda ♥
ResponderExcluirQuero adquirir o meu o quanto antes!
jubaqueen.blogspot.com.br
esse livro tá mega falado né?
ResponderExcluirnão sei se crio coragem de ler. me arrepia demais os trechos/poemas que você colocou.
Beijo!
Nossa, achei totalmente clichê, lugar comum.
ResponderExcluirEu acabei de ler e ainda sinto cada palavra. O livro é uma caixa de sentimentos. Existem momentos que você sente aquela dor, aquele sentimento rasgando teu peito e teu corpo. Os poemas sobre abusos são os mais fortes. Senti o amor, desde o mais terno até o mais safado. E o capítulo da ruptura foi um dos que mais me marcou. Rupi sabe transmitir sentimentos por meios das palavras. Com certeza já é um dos meus livros favoritos. Todas as mulheres deviam ler. Aliás, todos os homens deviam ler. Não é um livro feminista como muitos dizem. É um livro humano que demonstra sentimentos e sensações que muitas pessoas podem passar, mas, infelizmente, muitas mulheres passam. Leiam.
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