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4 de mai. de 2017

Resenha: Outros jeitos de usar a boca


Outros jeitos de usar a boca apareceu para mim pela primeira vez em um vídeo da JoutJout. Um dos poemas narrados no vídeo fala sobre o relacionamento da filha com o pai e me tocou profundamente. Fiquei curiosa a respeito do livro já que adoro poesia (acho que dá pra perceber pelo instagram do Nostalgia Cinza, né?) e estava procurando uma leitura do gênero.
Não foi difícil passar as páginas de Rupi Kaur e vou contar o porquê:
Maior fenômeno de poesia dos EUA na última década, há mais de 40 semanas no topo das listas de best-sellers Outros jeitos de usar a boca é um livro de poemas sobre a sobrevivência. Sobre a experiência de violência, o abuso, o amor, a perda e a feminilidade. O volume – publicado nos EUA como “milk and honey” – é dividido em quatro partes, e cada uma delas serve a um propósito diferente. Lida com um tipo diferente de dor. Cura uma mágoa diferente. Outros jeitos de usar a boca transporta o leitor por uma jornada pelos momentos mais amargos da vida e encontra uma maneira de tirar delicadeza deles. Publicado inicialmente de forma independente por Rupi Kaur, poeta, artista plástica e performer canadense nascida na Índia – e que também assina as ilustrações presentes neste volume –, o livro se tornou o maior fenômeno do gênero nos últimos anos nos Estados Unidos, com mais de 1 milhão de exemplares vendidos.

FICHA TÉCNICA

Título: Outros jeitos de usar a boca
Autora: Rupi Kaur
Ano: 2017
Páginas: 206
Idioma: Português
Editora: Planeta Brasil
Nota: 4,5/5
Compre: Amazon / Saraiva




Outros jeitos de usar a boca é um livro que começa com dor. O livro é dividido em quatro partes: a dor, o amor, a ruptura e a cura. No primeiro capítulo o sofrimento da autora é quase palpável. Rupi fala de abusos sexuais, violência psicológica e tempos obscuros na vida de uma mulher que sofreu por causa de um homem; seja um interesse romântico, encontros casuais ou o próprio pai. Infelizmente é um capítulo que muitas mulheres podem se identificar e a forma com que ela escreve é tocante.
Nessa primeira parte seus poemas têm um caráter social porque além de representarem dores que talvez sejam pessoais para Rupi, fazem críticas ao comportamento de pais e homens em relação à meninas e mulheres. É um capítulo forte e intenso.

toda vez que você
diz pra sua filha
que grita com ela
por amor
você a ensina a confundir
raiva com carinho
o que parece uma boa ideia
até que ela cresce
confiando em homens violentos
porque eles são tão parecidos
com você
- aos pais que têm filhas”


Logo após “a dor”, Rupi fala de amor de um jeito muito delicado e inocente. Apesar de alguns poemas serem mais apaixonados e sexys, a inocência está presente naquele sentimento de amar alguém pela primeira vez e se ver perdida nos encantos da pessoa que parece ter vindo para te salvar. Os poemas são doces e encantadores.
a ruptura” e “a cura” são tão emocionantes e doces quanto os anteriores. Mesmo quando Rupi aborda temáticas como assédio e términos, ela consegue escrever de forma a prender o leitor e tocá-lo com palavras. Seja qual for a temática, ela tem a capacidade de fazer a leitura fluir com seus poemas pequenos e diretos.
A linguagem é simples, fácil de ser entendida. Talvez isso, aliado ao sentimentalismo, tenha sido responsável pelo sucesso estrondoso de Outros jeitos de usar a boca. Comecei a ler o livro e poucos minutos depois já está folheando as últimas páginas. Rupi consegue prender o leitor do início ao fim e deixar aquele gostinho de quero mais. Com certeza ficarei de olho em futuros lançamentos de Rupi.

o que eu sou pra você ele pergunta
eu coloco as mãos em seu peito
e sussurro você
é toda a esperança
que eu já tive
na forma humana


Outros jeitos de usar a boca é um livro para todos que gostam de poesia, de livros emocionantes e de palavras que mais parecem um belo tapa na cara. É um livro para amantes de palavras e sentimentos e para todos aqueles que procuram uma leitura rápida e emocionante.

Se você gostou da resenha e quer conhecer outro livro de poesia, venha conferir a resenha de Pó de lua, da Clarice Freire.


aqui está a jornada de
sobrevivência pela poesia
aqui está o sangue suor lágrimas
de vinte e um anos
aqui está o meu coração
em suas mãos
aqui está
o amor
a dor
a ruptura
a cura


Gostou da resenha? Já leu o livro ou ficou com vontade de ler? Então não esqueça de deixar uma curtida ou um comentário ;)

4 comentários:

  1. Desde quando eu vi a jout jout falando sobre esse livro fique toda doida pra ler, agora mais ainda. Que resenha linda ♥
    Quero adquirir o meu o quanto antes!

    jubaqueen.blogspot.com.br

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  2. esse livro tá mega falado né?
    não sei se crio coragem de ler. me arrepia demais os trechos/poemas que você colocou.

    Beijo!

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  3. Nossa, achei totalmente clichê, lugar comum.

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  4. Eu acabei de ler e ainda sinto cada palavra. O livro é uma caixa de sentimentos. Existem momentos que você sente aquela dor, aquele sentimento rasgando teu peito e teu corpo. Os poemas sobre abusos são os mais fortes. Senti o amor, desde o mais terno até o mais safado. E o capítulo da ruptura foi um dos que mais me marcou. Rupi sabe transmitir sentimentos por meios das palavras. Com certeza já é um dos meus livros favoritos. Todas as mulheres deviam ler. Aliás, todos os homens deviam ler. Não é um livro feminista como muitos dizem. É um livro humano que demonstra sentimentos e sensações que muitas pessoas podem passar, mas, infelizmente, muitas mulheres passam. Leiam.

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