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17 de abr. de 2017

Resenha: Quatro estações em Roma


Anthony Doerr é um nome que vem aparecendo com frequência. Seu livro Toda luz quenão podemos ver foi um sucesso e consagrou o autor. Apesar de ter o livro esperando para ser lido na minha estante, decidi me aventurar na escrita de Doerr de um jeito mais descontraído e pessoal. Quatro estações em Roma foi meu primeiro contato com o autor americano. Vem ver o que achei do livro:
No dia em que Anthony Doerr e a esposa voltam da maternidade com seus gêmeos recém-nascidos, ele descobre que recebeu um prêmio da Academia Americana de Artes e Letras, o Rome Prize, que inclui ajuda de custo, um apartamento e um estúdio para escrever na Itália. Quatro estações em Roma nasceu das memórias do ano que o autor passou na cidade com a esposa e os filhos.
Vindo do interior dos Estados Unidos, o estranhamento de Doerr com o novo país começa logo na chegada: a cozinha do apartamento não tem forno. As janelas não têm telas. Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, as verduras e frutas são vendidas em feiras ao ar livre, e não em um supermercado. Para Doerr, Roma é um mistério: um outdoor de uma marca de roupas tremulando na fachada de uma igreja de quatrocentos anos, uma construção comum ao lado de uma obra-prima da arquitetura. Em meio a tudo isso, ele cuida dos filhos, lida com uma insônia que parece não ceder e tenta, sem muito sucesso, escrever um novo romance — Toda luz que não podemos ver, lançado sete anos mais tarde e que acabaria rendendo ao autor o Pulitzer de ficção.
Quatro estações em Roma traz o texto primoroso e sensível que tornou Doerr celebrado no mundo inteiro, ao mesmo tempo um relato íntimo e uma celebração da Cidade Eterna.


FICHA TÉCNICA

Título: Quatro estações em Roma
Autora: Anthony Doerr
Ano: 2017
Páginas: 238
Idioma: Português
Editora: Intrínseca
Nota: 3/5
Compre: Amazon / Saraiva



Quatro estações em Roma é quase um diário de Anthony Doerr. O autor vive o sonho de muitos escritores ou aspirantes a escritores: poder se dedicar pelo período de um ano à escrita de uma história nova, numa cidade maravilhosa e inspiradora, com muitos dos gastos pagos.
O livro é dividido em quatro partes correspondentes às quatro estações do ano, começando pelo outono. O autor descreve, ao longo de 238 páginas, algumas das suas vivências na capital da Itália e como isso afetou sua escrita e contribuiu para seu crescimento pessoal como pai e marido. Anthony relata o primeiro Halloween de seus filhos e a primeira tempestade que enfrentaram no outono, fala sobre o espanto de moradores locais ao perceberem que Anthony e sua esposa não agasalharam os filhos de forma adequada para o inverno local, relata o impacto da morte do papa durante a primavera e a escolha de um novo pontífice e compartilha experiências do escaldante verão em Roma.

Há ts meses desembarquei de um avião na Roma de 2004, prenhe de um romance que eu me considerava capaz de escrever. E, agora, onde estou? E quando? Pisco, respiro: as lombadas dos livros ao meu redor se agitam, tremulam, cada um deles a crônica da mente de alguém, uma inteligência que se debruçou sobre a cidade como uma onda e, ao atingi-la, se espatifou.”


Sempre gosto de imaginar o que as pessoas estão pensando. Quando leio livros como quatro estações em Roma parece que o autor está compartilhando comigo alguns pensamentos banais, mas significativos pra ele. É como se estivesse me deixando entrar no seu pequeno espaço pessoal e sempre vejo isso como um privilégio.
Gosto da forma como Doerr pensa, como ele se atenta aos detalhes. Sempre gostei de autores que exploram os pequenos acontecimentos do dia a dia e Doerr faz isso muito bem. Sua forma de refletir a respeito da recente paternidade, de uma aventura inédita em um país estrangeiro é interessante e cativante.
Entretanto, não é um livro muito emocionante ou divertido de ler. Em determinado momento fica um pouco tedioso porque, como é o relato de um cotidiano novo em Roma, não acontece nada que deixa a história emocionante ou que mude o ritmo da leitura. São pequenos relatos diários, pequenos pensamentos e reflexões que o autor decide compartilhar com o mundo.
Como o livro segue a ideia de ser uma coletânea de anotações pessoais, muitos parágrafos parecem acabar de repente, não têm um final, acabam com uma descrição ou pensamento muitas vezes inconclusivo.

Vejo muito pouco, sei muito pouco. Nunca saberei nem um décimo de tudo. Um acadêmico seria capaz de passar uma década estudando as grimpas dos cata-ventos dos telhados de Roma, ou as arcadas, ou as portas dos batistérios. E quanto descobriria?”

Quatro estações em Roma não é um livro pra ser lido de uma vez apesar de ser bem tranquilo é fácil de passar as páginas. Em determinado momento fica um pouco entediante e, mesmo que cada dia seja diferente do anterior, fica a impressão de que estamos lendo várias vezes a mesma coisa. É um livro ótimo para os fãs de Anthony Doerr já que é uma porta para a mente do autor, para um período importante de sua história pessoal e profissional.

Se você gostou da resenha e quer saber mais sobre alguma história publicada pela Intrínseca, vem conferir a resenha de Paris para um

O que a Itália me ensinou? A não ter muitas certezas. A qualquer momento um trio de jatos passará zunindo acima do apartamento, uma fralda se desintegrará misteriosamente ou um bebê pulará as sonecas.Funcionários das empresas de transporte público entram em greve quando querem. Do nada, uma latinha de moedas de um mendigo pode aparecer à sua frente. Você espera o sol, mas o que vem é a chuva.
Olhe bem de perto: é inevitável que aquilo que é pitoresco na superfície se desmanche e se torne mais interessante. Em nosso pequeno quarto de hotel, estou sentado na tampa da privada, a cabeça de Owen repousada no meu ombro. Às vezes o couro cabeludo dele cheira a arroz molhado, ainda cru. Uma vez, teve cheiro de folhas encharcadas. Hoje tem o cheiro de um lago fundo e frio no verão.
A cidade dorme. O coraçãozinho dele bate junto ao meu.”

Gostou da resenha? Já leu o livro ou ficou com vontade de ler? Então não esqueça de deixar uma curtida ou um comentário ;)

4 comentários:

  1. Oie Laura. ♥ Nossa. Confesso que seria uma aventura para mim ler este livro. Mesmo sem muitas aventuras em si. Nunca li nada parecido. Gosto de livros fictícios, e não sei como eu reagiria lendo relatos cotidianos de um autor em Roma. Seria, como disse... uma aventura para mim! Se um dia eu o encontrar na biblioteca da cidade, eu o lerei. ♥ Ótima resenha!

    ACESSO PERMITIDO. ♥
    www.acessopermitido.com

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    1. Oi, Elcimar! Vale a pena dar uma chance para a leitura, garanto! <3

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  2. Eu achei muito interessante a ideia do livro ser dividido por estações e por se passar na Itália deve ser uma ótima leitura. Mas como nunca tinha nem ouvido falar desse autor acho que não seria uma boa leitura pra mim. Quem sabe daqui um tempinho :))
    Ótima resenha, beijo!

    Sorriso Espontâneo

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    1. Oi, Betânia! Adoro quando você comenta aqui no blog ahaha É, talvez você goste mais de alguma história de ficção do autor, ele está fazendo muito sucesso <3

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