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6 de fev. de 2017

Resenha: Aconteceu naquele verão

Esperei ansiosamente por Aconteceu naquele verão desde que seu lançamento foi anunciado. Stephanie Perkins já havia me conquistado com a organização da coletânea de contos “O presente do meu grandeamor” com a temática do natal. Aconteceu naquele verão é ainda mais incrível. É um livro encantador, apaixonante e veio na melhor hora possível. Que jeito melhor de aproveitar o verão do que se encantar com doze histórias completamente diferentes que se passam nessa época de tirar o fôlego?
Bem-vindos à estação mais ensolarada e apaixonante de todas! No verão, somos todos iguais, diz um dos personagens do conto “Mil maneiras de tudo isso dar errado”. No Brasil, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar do globo, uma coisa é certa: no verão, nossos corações ficam mais leves, mais corajosos, impetuosos e confiantes — talvez por isso esta seja a estação perfeita para se apaixonar... e Aconteceu naquele verão é o livro ideal para quem adora histórias de amor.
Mas essa coletânea tem algo ainda mais especial. Algumas histórias têm uma pitada de estranheza, de mistério, um toque sobrenatural. Em “Cabeça, escamas, língua, calda”, a lagoa de uma cidadezinha é morada de um monstro marinho que só uma menina vê. No intrigante “Inércia”, dois grandes amigos há muito afastados vão se encontrar num quarto de hospital para uma última visita. No belo “O mapa das pequenas coisas perfeitas” é sempre dia 4 de agosto. Presos num loop temporal, dois jovens vão comprovar do que a força do amor é capaz.
A lição é simples: o amor não escolhe lugar nem hora para surgir. Coloque seus óculos escuros e abra sua cadeira de praia, porque neste verão você terá doze motivos para suspirar e se apaixonar.”



FICHA TÉCNICA

Título: Aconteceu naquele verão

Coletânea organizada por: Stephanie Perkins

Ano: 2017

Páginas: 381

Idioma: Português

Editora: Intrínseca

Nota: 5/5





Aconteceu naquele verão é um livro para todos os gostos. São doze contos para encantar dos mais céticos até os mais apaixonados. São histórias de amor em todas as suas formas. O primeiro conto possui toques de misticismo, o segundo conta uma história de amor entre duas meninas, o terceiro é uma aventura com toques de terror e assim em diante. São contos no tamanho certo para conseguir desenvolver narrativas ricas em personagens e detalhes, mas não longos o suficiente para ficarem cansativos.
As histórias são completamente diferentes umas das outras apesar de serem relacionadas com amores que acontecem na época do verão. Às vezes até esquecia que estava lendo uma coletânea de contos com um tema em comum. Isso é maravilhoso porque faz com que a leitura não fique nem um pouco enjoativa. Alguns aspectos são comuns aos contos como uma ferida atual ou do passado, amores platônicos, personagens com personalidades marcantes etc. Mas a forma com que os personagens lidam com seus sentimentos é diferente, claro, e a questão do amor de verão é bem interessante. Alguns autores escolhem eternizar o amor de verão de uma forme inocente e encantadora, outros o tratam da forma que ele é: apenas um amor de verão.

Às vezes, quando encontravam um passageiro solitário apoiado na amurada de um navio cargueiro, até se deixavam ser vistos. Cortavam as ondas, permitindo que a luz do luar batesse em seu couro, e o estrangeiro ficava um momento ali, parado, boquiaberto, com o coração a toda e a solidão esquecida.” Cabeça, escamas, língua, cauda.

Posso ser um pouco culpada para falar porque sou apaixonada por contos, mas Stephenie Perkins, além de ser uma escritora muito boa, soube escolher outros contadores de histórias que deram vida ao livro. Gosto de contos porque (quem acompanha meus textos no blog já percebeu) são pequenos recortes da realidade que não precisam de muitas e muitas páginas para fazer o leitor se apaixonar por algum personagem ou enredo. Além disso, são ótimos para entrar em contato com o trabalho de vários escritores que ainda nos eram desconhecidos. Stephanie Perkins soube reunir contos incríveis de autores que, em sua maioria, eu ainda não conhecia e passei a admirar.


Claro que alguns contos me agradaram mais que outros. Fantasia não é meu gênero literário favorito, por exemplo, mas nem por isso deixei de apreciar as histórias que envolviam seres místicos e fantásticos. Os contos que adorei ofuscaram os que não me conquistaram tanto. Não digo que leria o livro inteiro de novo, mas com certeza voltaria em alguns contos específicos.
A capa é um detalhe fofo e digno de ser mencionado. A princípio pensei que fosse uma ilustração mais genérica para combinar com o título, mas ao longo da leitura é possível encontrar personagens dos contos na capa, coisa que não havia reparado quando li O presente do meu grande amor.

Pensei no que é o tempo, em como estamos sendo quebrados a cada segundo, perdendo momentos o tempo inteiro, como um bichinho de pelúcia perde seu estofamento, até o dia em que ele se vai por inteiro e nós perdemos tudo. Para sempre. E, ao mesmo tempo, estamos ganhando segundos, um momento após o outros. Cada um deles é uma dádiva, até que no fim de nossas vidas estamos sentados em um tesouro de momentos. Uma riqueza além da imaginação. O tempo era as duas coisas de uma vez só.” O mapa das pequenas coisas perfeitas.

Aconteceu naquele verão é um livro extremamente apaixonante, não só por se tratar do amor. Cada uma das histórias acaba com uma lição ou reflexão maravilhosa. É um livro pra deixar o leitor mais leve. Aconteceu naquele verão vai encantar todos que estiverem dispostos a abrir a janela e deixar o calor do verão chegar da forma mais deliciosa possível.

Doze histórias de amor:

Cabeça, escamas, língua, cauda - Leigh Bardugo
O fim do amor - Nina Lacour
O último suspiro do cinemorte - Libba Bray
Prazer doentio - Francesca Lia Block
Em noventa minutos, vá em direção a North - Stephanie Perkins
Lembranças - Tim Federle
Inércia - Veronica Roth
Amor é o último recurso - Jon Skovron
Boa sorte e adeus - Brandy Colbert
Nova atração - Cassandra Clare
Mil maneiras de tudo isso dar errado - Jennifer E. Smith
O mapa das pequenas coisas perfeitas - Lev Grossman


Ouço tudo: o martelar da minha pulsação; o esfarelar da terra sob nossos pés; o farfalhar das roupas dela, que se abaixa para alcançar o fecho do zíper da barraca. Então começa: o som do fecho se abrindo desde o chão, de um dos lados, subindo, subindo, então descendo de novo. Fecho os olhos mesmo já estando escuro, porque este som... É como minha vida se abrindo para mim.
O som para.
E entramos na brraca.” O fim do amor.
Gostou da resenha? Já leu o livro ou ficou com vontade de ler? Então não esqueça de deixar uma curtida ou um comentário ;)

RECADO MAIS QUE ESPECIAL: Do dia 06/02 até 10/02 a Intrínseca está promovendo a semana do livro Aconteceu naquele verão e o Nostalgia Cinza vai participar. O que isso significa? Que durante essa semana vai ter post todos os dias no blog! Cada dia vai ao ar um post diferente com a temática do livro e/ou do verão. É a primeira vez que decido participar de uma semana assim e estou ansiosa. Pretendo fazer de 2017 um ano incrível para o Nostalgia Cinza e um desafio divertido e inusitado pra mim parece ser uma boa forma de provar isso. Não vou contar sobre o que serão os posts, mas prometo tentar fazê-los divertidos, leves e revigorantes como o verão. Hoje foi a resenha, qual será o próximo post? Espero te ver aqui de novo amanhã ;)

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