Resenha: Aconteceu naquele verão
Esperei
ansiosamente por Aconteceu naquele verão desde que seu lançamento
foi anunciado. Stephanie Perkins já havia me conquistado com a
organização da coletânea de contos “O presente do meu grandeamor” com a temática do natal. Aconteceu naquele verão é ainda
mais incrível. É um livro encantador, apaixonante e veio na melhor
hora possível. Que jeito melhor de aproveitar o verão do que se
encantar com doze histórias completamente diferentes que se passam
nessa época de tirar o fôlego?
“Bem-vindos
à estação mais ensolarada e apaixonante de todas! No verão, somos
todos iguais, diz um dos personagens do conto “Mil maneiras de tudo
isso dar errado”. No Brasil, nos Estados Unidos ou em qualquer
lugar do globo, uma coisa é certa: no verão, nossos corações
ficam mais leves, mais corajosos, impetuosos e confiantes — talvez
por isso esta seja a estação perfeita para se apaixonar... e
Aconteceu naquele verão é o livro ideal para quem adora histórias
de amor.
Mas
essa coletânea tem algo ainda mais especial. Algumas histórias têm
uma pitada de estranheza, de mistério, um toque sobrenatural. Em
“Cabeça, escamas, língua, calda”, a lagoa de uma cidadezinha é
morada de um monstro marinho que só uma menina vê. No intrigante
“Inércia”, dois grandes amigos há muito afastados vão se
encontrar num quarto de hospital para uma última visita. No belo “O
mapa das pequenas coisas perfeitas” é sempre dia 4 de agosto.
Presos num loop temporal, dois jovens vão comprovar do que a força
do amor é capaz.
A
lição é simples: o amor não escolhe lugar nem hora para surgir.
Coloque seus óculos escuros e abra sua cadeira de praia, porque
neste verão você terá doze motivos para suspirar e se apaixonar.”
FICHA
TÉCNICA
Título:
Aconteceu naquele verão
Coletânea
organizada por:
Stephanie Perkins
Ano:
2017
Páginas:
381
Idioma:
Português
Editora:
Intrínseca
Nota:
5/5
Aconteceu
naquele verão é um livro para todos os gostos. São doze contos
para encantar dos mais céticos até os mais apaixonados. São
histórias de amor em todas as suas formas. O primeiro conto possui
toques de misticismo, o segundo conta uma história de amor entre
duas meninas, o terceiro é uma aventura com toques de terror e assim
em diante. São contos no tamanho certo para conseguir desenvolver
narrativas ricas em personagens e detalhes, mas não longos o
suficiente para ficarem cansativos.
As
histórias são completamente diferentes umas das outras apesar de
serem relacionadas com amores que acontecem na época do verão. Às
vezes até esquecia que estava lendo uma coletânea de contos com um
tema em comum. Isso é maravilhoso porque faz com que a leitura não
fique nem um pouco enjoativa. Alguns aspectos são comuns aos contos
como uma ferida atual ou do passado, amores platônicos, personagens
com personalidades marcantes etc. Mas a forma com que os personagens
lidam com seus sentimentos é diferente, claro, e a questão do amor
de verão é bem interessante. Alguns autores escolhem eternizar o
amor de verão de uma forme inocente e encantadora, outros o tratam
da forma que ele é: apenas um amor de verão.
Às
vezes, quando encontravam um passageiro solitário apoiado na amurada
de um navio cargueiro, até se deixavam ser vistos. Cortavam as
ondas, permitindo que a luz do luar batesse em seu couro, e o
estrangeiro ficava um momento ali, parado, boquiaberto, com o coração
a toda e a solidão esquecida.” Cabeça, escamas, língua, cauda.
Posso
ser um pouco culpada para falar porque sou apaixonada por contos, mas
Stephenie Perkins, além de ser uma escritora muito boa, soube
escolher outros contadores de histórias que deram vida ao livro.
Gosto de contos porque (quem acompanha meus textos no blog já
percebeu) são pequenos recortes da realidade que não precisam de
muitas e muitas páginas para fazer o leitor se apaixonar por algum
personagem ou enredo. Além disso, são ótimos para entrar em
contato com o trabalho de vários escritores que ainda nos eram
desconhecidos. Stephanie Perkins soube reunir contos incríveis de
autores que, em sua maioria, eu ainda não conhecia e passei a
admirar.
Claro
que alguns contos me agradaram mais que outros. Fantasia não é meu
gênero literário favorito, por exemplo, mas nem por isso deixei de
apreciar as histórias que envolviam seres místicos e fantásticos.
Os contos que adorei ofuscaram os que não me conquistaram tanto. Não
digo que leria o livro inteiro de novo, mas com certeza voltaria em
alguns contos específicos.
A
capa é um detalhe fofo e digno de ser mencionado. A princípio
pensei que fosse uma ilustração mais genérica para combinar com o
título, mas ao longo da leitura é possível encontrar personagens
dos contos na capa, coisa que não havia reparado quando li O
presente do meu grande amor.
Pensei
no que é o tempo, em como estamos sendo quebrados a cada segundo,
perdendo momentos o tempo inteiro, como um bichinho de pelúcia perde
seu estofamento, até o dia em que ele se vai por inteiro e nós
perdemos tudo. Para sempre. E, ao mesmo tempo, estamos ganhando
segundos, um momento após o outros. Cada um deles é uma dádiva,
até que no fim de nossas vidas estamos sentados em um tesouro de
momentos. Uma riqueza além da imaginação. O tempo era as duas
coisas de uma vez só.” O mapa das pequenas coisas perfeitas.
Aconteceu
naquele verão é um livro extremamente apaixonante, não só por se
tratar do amor. Cada uma das histórias acaba com uma lição ou
reflexão maravilhosa. É um livro pra deixar o leitor mais leve.
Aconteceu naquele verão vai encantar todos que estiverem dispostos a
abrir a janela e deixar o calor do verão chegar da forma mais
deliciosa possível.
Doze
histórias de amor:
Cabeça,
escamas, língua, cauda - Leigh Bardugo
O
fim do amor - Nina Lacour
O
último suspiro do cinemorte - Libba Bray
Prazer
doentio - Francesca Lia Block
Em
noventa minutos, vá em direção a North - Stephanie Perkins
Lembranças
- Tim Federle
Inércia
- Veronica Roth
Amor
é o último recurso - Jon Skovron
Boa
sorte e adeus - Brandy Colbert
Nova
atração - Cassandra Clare
Mil
maneiras de tudo isso dar errado - Jennifer E. Smith
O
mapa das pequenas coisas perfeitas - Lev Grossman
“Ouço
tudo: o martelar da minha pulsação; o esfarelar da terra sob nossos
pés; o farfalhar das roupas dela, que se abaixa para alcançar o
fecho do zíper da barraca. Então começa: o som do fecho se abrindo
desde o chão, de um dos lados, subindo, subindo, então descendo de
novo. Fecho os olhos mesmo já estando escuro, porque este
som...
É como minha vida se abrindo para mim.
O
som para.
E
entramos na brraca.” O fim do amor.
Gostou
da resenha? Já leu o livro ou ficou com vontade de ler? Então não
esqueça de deixar uma curtida ou um comentário ;)
RECADO
MAIS QUE ESPECIAL:
Do dia 06/02 até 10/02 a Intrínseca está promovendo a semana do
livro Aconteceu naquele verão e o Nostalgia Cinza vai participar. O
que isso significa? Que durante essa semana vai ter post todos os
dias no blog! Cada dia vai ao ar um post diferente com a temática do
livro e/ou do verão. É a primeira vez que decido participar de uma
semana assim e estou ansiosa. Pretendo fazer de 2017 um ano incrível
para o Nostalgia Cinza e um desafio divertido e inusitado pra mim
parece ser uma boa forma de provar isso. Não vou contar sobre o que
serão os posts, mas prometo tentar fazê-los divertidos, leves e
revigorantes como o verão. Hoje foi a resenha, qual será o próximo
post? Espero te ver aqui de novo amanhã ;)
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