Genesis: Sebastião Salgado

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Estava louca para ir à exposição de Sebastião Salgado intitulada Genesis. Achei o nome por si só bem convidativo e quando pesquisei na internet algumas das imagens tive certeza de que não podia deixar de ver de pertinho as suas fotografias maravilhosas.
Logo de cara você já tem uma noção da grandiosidade das fotografias do artista. Sebastião Salgado não tem sua fama sem mérito e isso ficou extremamente claro em Genesis.

“Gênesis é um projeto fotográfico de longo prazo, focado na natureza. Sebastião Salgado cruzou o mundo, entre 2004 e 2012, visitando 32 regiões extremas, entre elas o Alasca, a Patagônia, a Etiópia e a Amazônia, para registrar em suas lentes imagens impactantes, a majestade e a fragilidade da natureza, assim como sua relação com o homem e os animais. A Vale patrocina o projeto desde 2008. “Gênesis é sobre os primórdios, sobre um planeta intocado, suas partes mais puras, e um modo de vida tradicional que convive em harmonia com a natureza. Quero que as pessoas enxerguem o nosso planeta de outra forma, sintam-se comovidas e se aproximem mais dele”, explica o artista.”

            As fotos são todas em preto e branco dando a impressão de que estamos nos aventurando nos primórdios da história. Nada na exposição de fotografias nos leva a pensar que são recentes, o objetivo de retratar o mundo como ele era e como deveria ser se o homem e a natureza convivessem em paz foi definitivamente conquistado com êxito. A exposição mistura imagens de animais, tribos e paisagens deslumbrantes.
            Os animais foram retratados em seu habitat natural de uma maneira inacreditável. Algumas fotos são bem simples, mas a maneira como Sebastião Salgado conseguiu capturá-las é o que faz toda a diferença. Seja por causa do ângulo, por causa do foco ou até mesmo por causa da proximidade, as fotos parecem vivas. Você tem a impressão de que a qualquer momento as fotografias vão criar vida, você se sente sugado pelo ambiente.
            As tribos que mais gostei são as que ficam aqui mesmo no Brasil. A beleza das fotografias é estonteante. Aqueles humanos parecem tão confortáveis no ambiente em que vivem e não possuem absolutamente nada da nossa geração “civilizada”. Andam nus, caçam e pescam à moda antiga, possuem seus ritos e costumes milenares e convivem em paz com a natureza, tirando dela apenas seu sustento. Parece irreal para nós que nos acostumamos tanto com as cidades e com nosso modo de viver. Tudo parece muito primitivo e encantador. Confesso que senti uma pontada de inveja ao ver como algumas pessoas conseguem ser feliz com tão pouco, com tamanha simplicidade. Foi uma lição.

            As paisagens foram as fotografias que mais me emocionaram. Quase não consegui conter um suspiro a cada foto que observava. Sebastião Salgado capturou imagens de lugares que são de arrepiar, literalmente. Pude sentir meus braços arrepiarem com as paisagens deslumbrantes. Mesmo com as paisagens mais simples (que são poucas, a maioria é de outro mundo) ele conseguiu fazer mágica. Alguns lugares são tão inusitados que poderiam ter saído de pinturas surrealistas. As paisagens mais maravilhosas para mim foram as das Terras do Norte e da África. Por mais que eu tente, sou incapaz de explicar o suficiente para fazer jus às fotografias de Genesis.



“Viajando a pé, de ônibus, em pequenos barcos, aviões e até mesmo em balões, ele registrou desertos gigantes, terras geladas, icebergs, vulcões, selvas, cadeias de montanhas e animais em seu ambiente natural: dos pinguins, leões-marinhos e baleias do Antártico e do sul do Atlântico aos leopardos, gnus e elefantes da África. Na busca por comunidades primitivas, descobriu tribos com costumes ancestrais, com pouco ou nenhum contato com o mundo exterior, como as que vivem ainda “isoladas” nas selvas da Amazônia e da Nova Guiné.”

            O objetivo principal de Sebastião Salgado ao compartilhar Genesis com o mundo foi mostrar lugares intocados, mostrar o nosso mundo de outra forma para que possamos agir de maneira mais consciente e sustentável. Mesmo com todo o avanço tecnológico do mundo contemporâneo, o planeta ainda esconde regiões “onde a natureza reina em imaculada e silenciosa majestade”. Genesis é um tributo à nossa Terra e um apelo para a proteção que ela tanto precisa.
            O que mais me marcou na exposição de fotografias foi a percepção da grandiosidade do nosso mundo. Fotografias como as da Amazônia e das geleiras da Antártica me mostraram como somos minúsculos e insignificantes diante da fauna e da flora da Terra. Temos essa ideia de que somos donos do mundo mas a verdade é que estamos longe disso. Genesis é, além de uma viagem no tempo, um espelho que retrata da maneira mais fiel possível a perfeição do nosso mundo. Nunca pensei que veria paisagens tão lindas como as apresentadas por Sebastião Salgado. Um sincero obrigada por isso, tenho certeza de que Genesis não vai sair da minha cabeça por um bom tempo.
            Fiquei muito feliz de ter tido a oportunidade de conhecer essa seleção magnífica de fotografias, os arrepios ainda não passaram. Sebastião Salgado é mesmo um gênio, um mestre da fotografia. Fiquei orgulhosa quando vi que mais de 90 mil pessoas foram ao Palácio das Artes conferir as imagens de Genesis, é muito bom ver um pouco de cultura se espalhando, ainda mais aquela que retrata nosso mundo dessa maneira espetacular.  
Se você mora em Belo Horizonte, a exposição vai até amanhã (dia 24 de agosto) no Palácio das Artes, corre que ainda dá tempo de conferir! Mas se você não mora em BH, não precisa ficar decepcionado. Você pode conferir fotos da exposição – algumas eu nem cheguei a ver por lá – nesse link. Além disso, as fotografias também estão em um livro caso você queria tê-las sempre na sua casa. Pesquisei alguns sites e o mais barato é (como sempre) da Livraria Saraiva. Para conferir é só clicar aqui.
As imagens foram tiradas do Google e as informações em itálico do site da Vale, aqui.


Então, o que achou das fotografias? Conferiu a exposição e amou? Não deixe de comentar!

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