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12 de abr. de 2014

Sanidade na insignificância

Sobre manter os pés no chão e me virar sozinha


À vezes faz bem ficar sozinho num oceano de pessoas. Sair de qualquer casulo no qual você se encontra e se jogar momentaneamente no mundo.
De vez em quando gosto de ficar sozinha nesse mar de gente. É um gostar um tanto quanto esquisito. Sempre fui bem sozinha e na maioria das vezes não tenho problema com isso. Ao contrário de muita gente, não dou a mínima se vou sair sozinha para um lugar, não ligo se não tiver companhia todas as vezes. Direto e reto me pego sentada num café qualquer, sozinha, observando as pessoas e simplesmente deixando a vida acontecer por alguns minutos sem que eu tenha que fazer alguma coisa a respeito.
Algumas pessoas têm pânico de ficar sozinhas, a solidão parece algo aterrorizante. Comigo não é bem assim. Vai ver eu só me acostumei. Talvez seja algo que faz parte de mim. Vai saber. Quando preciso, vou ao cinema sozinha, saio para almoçar sem companhia e sento em livrarias e cafés sem precisar de ninguém para ficar do meu lado. São pequenos momentos em que me sinto independente e sutilmente feliz. Talvez feliz não seja a palavra certa. Leve. Acho que é isso, me sinto leve. É bom saber que não dependo de ninguém para fazer algo que me faz bem. Ok, de vez em quando é bem nostálgico sentar em um café e tomar um cappuccino maravilhoso enquanto leio um livro e não ter ninguém ali naquele momento para compartilhar a sensação. Não sou de ferro. Mas gosto de me virar sozinha e acho que é isso o que importa.
Não sei o que me encanta tanto em observar estranhos, só sei que encanta. Observar rostos que talvez eu nunca mais vá ver, sorrir para pessoas que provavelmente nunca sorrirão para mim novamente, sentir cheiros e ver paisagens que nunca mais vão ser iguais é algo inexplicavelmente belo pra mim. A banalidade me fascina. Simples assim.
Sentar numa praça, numa praia, num bar e observar o fluxo, os inúmeros estranhos passando por você. Observar os outros vivendo suas vidas enquanto você tenta dar uma pequena pausa na sua. Às vezes faz bem se recolher à sua insignificância, perceber o quão pequeno você é no meio de tanta coisa acontecendo. É uma maneira de manter os pés no chão.
Quando parece que o peso do mundo decidiu ficar sobre meus ombros, eu saio. Sento num lugar qualquer e só... Observo. Penso. Espero. Deixo acontecer. Fazer as pazes com a sua própria solidão é necessário de vez em quando. Faz bem pra sanidade.
Sentada em alguma livraria qualquer, a esperança é a última que morre. Talvez naquele dia em que decidi sair sozinha e me jogar no mundo, tudo mude de alguma maneira. Quem sabe aquela escapadinha do cinza não me traz algo inesperado e lindo? Enquanto tento me agarrar à minha sanidade nas banalidades da vida, vai que algum estranho sorri pra mim da mesma maneira que eu sorrio para a oportunidade de fazer tudo ser diferente?


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7 comentários:

  1. Tu escreve mt bem!Ficou otimo!adorei o blog já estou seguindo!
    Mil bjus
    http://pitacopnk.blogspot.com.br/

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    1. MUITO obrigada! Seja bem vinda e espero que continue visitando e comentando sempre :)

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  2. Oi eu adorei seu blog venha conhecer o meu http://tainaraanacletodeassis.blogspot.com.br/. Espero que goste !

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  3. Ótimo post! Adorei a leveza e fluidez do blog.

    Dá uma olhada no meu http://wakeupmarie.wordpress.com/

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