Sanidade na insignificância
À vezes faz
bem ficar sozinho num oceano de pessoas. Sair de qualquer casulo no qual você
se encontra e se jogar momentaneamente no mundo.
De vez em
quando gosto de ficar sozinha nesse mar de gente. É um gostar um tanto quanto
esquisito. Sempre fui bem sozinha e na maioria das vezes não tenho problema com
isso. Ao contrário de muita gente, não dou a mínima se vou sair sozinha para um
lugar, não ligo se não tiver companhia todas as vezes. Direto e reto me pego
sentada num café qualquer, sozinha, observando as pessoas e simplesmente
deixando a vida acontecer por alguns minutos sem que eu tenha que fazer alguma
coisa a respeito.
Algumas
pessoas têm pânico de ficar sozinhas, a solidão parece algo aterrorizante. Comigo
não é bem assim. Vai ver eu só me acostumei. Talvez seja algo que faz parte de
mim. Vai saber. Quando preciso, vou ao cinema sozinha, saio para almoçar sem
companhia e sento em livrarias e cafés sem precisar de ninguém para ficar do
meu lado. São pequenos momentos em que me sinto independente e sutilmente
feliz. Talvez feliz não seja a palavra certa. Leve. Acho que é isso, me sinto
leve. É bom saber que não dependo de ninguém para fazer algo que me faz bem.
Ok, de vez em quando é bem nostálgico sentar em um café e tomar um cappuccino maravilhoso enquanto leio um
livro e não ter ninguém ali naquele momento para compartilhar a sensação. Não
sou de ferro. Mas gosto de me virar sozinha e acho que é isso o que importa.
Não sei o que
me encanta tanto em observar estranhos, só sei que encanta. Observar rostos que
talvez eu nunca mais vá ver, sorrir para pessoas que provavelmente nunca
sorrirão para mim novamente, sentir cheiros e ver paisagens que nunca mais vão
ser iguais é algo inexplicavelmente belo pra mim. A banalidade me fascina.
Simples assim.
Sentar numa
praça, numa praia, num bar e observar o fluxo, os inúmeros estranhos passando
por você. Observar os outros vivendo suas vidas enquanto você tenta dar uma
pequena pausa na sua. Às vezes faz bem se recolher à sua insignificância,
perceber o quão pequeno você é no meio de tanta coisa acontecendo. É uma
maneira de manter os pés no chão.
Quando parece
que o peso do mundo decidiu ficar sobre meus ombros, eu saio. Sento num lugar qualquer
e só... Observo. Penso. Espero. Deixo acontecer. Fazer as pazes com a sua
própria solidão é necessário de vez em quando. Faz bem pra sanidade.
Sentada em
alguma livraria qualquer, a esperança é a última que morre. Talvez naquele dia
em que decidi sair sozinha e me jogar no mundo, tudo mude de alguma maneira.
Quem sabe aquela escapadinha do cinza não me traz algo inesperado e lindo?
Enquanto tento me agarrar à minha sanidade nas banalidades da vida, vai que
algum estranho sorri pra mim da mesma maneira que eu sorrio para a oportunidade
de fazer tudo ser diferente?
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7 comments
ótimo texto.
ResponderExcluirObrigada :)
ExcluirTu escreve mt bem!Ficou otimo!adorei o blog já estou seguindo!
ResponderExcluirMil bjus
http://pitacopnk.blogspot.com.br/
MUITO obrigada! Seja bem vinda e espero que continue visitando e comentando sempre :)
ExcluirObrigada!!
ResponderExcluirOi eu adorei seu blog venha conhecer o meu http://tainaraanacletodeassis.blogspot.com.br/. Espero que goste !
ResponderExcluirÓtimo post! Adorei a leveza e fluidez do blog.
ResponderExcluirDá uma olhada no meu http://wakeupmarie.wordpress.com/