Pages

1 de fev. de 2014

Sobre Nossas Asas e Âncoras

Um pequeno devaneio a respeito de uma eterna procura


Viemos ao mundo sozinhos. Vamos deixá-lo da mesma maneira; desacompanhados. Então por que sentimos a necessidade de encontrar alguém que nos faça sentir um pouco mais seguros? Alguém para nos aconchegar um pouquinho? Se vamos terminar exatamente como começamos, por que nos sentimos incompletos a menos que haja alguém para apertar nossa cintura carinhosamente ou colocar uma mecha de cabelo atrás da orelha? Alguém para dizer exatamente aquilo que precisamos nos momentos que precisamos, alguém para rir um pouquinho, aliviar o peso da constante seriedade que nos rodeia. Se nascemos para ser solitários, por que precisamos encontrar alguém que sopre esse sentimento para longe?
Alguns de nós são espontâneos, fáceis e abertos a todo sorriso novo, qualquer risada diferente já encanta, como um convite. Outros são mais trancados, duros na queda, quase impossíveis. No fundo buscamos a mesma coisa, a mais simplória de todas: alguém para nos fazer sentir em casa. Alguém para ser a nossa casa. Algumas pessoas buscam asas, para poderem voar sem medo de cair e dar de cara no chão. Tudo o que outras querem é uma âncora para ajudar a manter as coisas no seu devido lugar.
Sou dessas que se força a acreditar que nascemos e morremos para dar a cara a tapa, sozinhos. Na realidade estou sempre com barreiras erguidas e soldados a postos. Quem diria que isso viria de uma romântica incorrigível?
Chegar em casa e encontrar alguém te esperando, dormir com braços quentes e cuidadosos em volta do corpo, acordar com o olhar sonolento daquela pessoa que faz seu coração bater um pouquinho mais rápido. Por que isso vale tanto se no final não vai fazer diferença? Talvez seja exatamente por isso.
Talvez, na tentativa de provar que pequenos gestos de carinho mudam a solidão que nasceu conosco, realmente mostramos que não somos tão sozinhos assim. Talvez, não tenhamos nascidos tão solitários afinal. Quem sabe a solidão não seja apenas um passo, um trecho do caminho? Talvez sejamos como as conchas, metades de um inteiro. Um lindo, engraçado e distante inteiro.

Talvez estejamos por aqui buscando nossas asas e âncoras. Ou, quem sabe, sejamos simples como as conchas, apenas procurando nossa outra parte, aquela metade que vai se encaixar perfeitamente em nós e fazer toda essa busca idiota valer a pena.

6 comentários:

  1. Você escreve muito bem!!!! Esse texto foi feito hoje?

    ResponderExcluir
  2. Muito obrigada, de verdade!! Foi sim, por que?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pra saber como as ações do seu dia a dia afetam nos textos que você escreve.

      Excluir
    2. Escrevi há uns 2 dias mas só editei e terminei mesmo hoje.

      Excluir
  3. Achei seu blog muito fofo, inclusive já curti no face!
    Beijos
    http://www.overdosetrend.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fico feliz e muito agradecida, espero que continue visitando sempre :)

      Excluir